Dialogar sobre as necessidades de todos os povos e encontrar alternativas para uma economia mais inclusiva, humanizada e responsável. Estes foram os principais objetivos de um evento global que reuniu cerca de mil jovens de todo o mundo, incluindo cinco representantes do Rio Grande do Sul, em Assis, na Itália, entre os dias 22 e 24 de setembro.
Economy of Francesco (A Economia de Francisco) reúne pessoas, entidades e movimentos e busca articular iniciativas para transformar o mundo e construir uma nova economia. O evento atendeu a um chamado do Papa Francisco, feito ainda em 2019, para um compromisso no espírito de São Francisco, a fim de tornar a economia de hoje e de amanhã justa, sustentável e inclusiva, sem deixar ninguém para trás.
Luiza Bassegio tem 18 anos e é estudante de Relações Internacionais na Universidade do Vale do Taquari - Univates. Ela foi uma das brasileiras que participou do encontro. Conta que foi um momento para apresentar e discutir ideias e projetos que abordam os desafios relacionados às questões econômicas da atualidade.
Para a jovem, o encontro global de Assis é uma oportunidade para descobrir modelos alternativos de desenvolvimento para mudar o que não tem dado certo. Ainda vou precisar de tempo para absorver tanto aprendizado. Estamos vivenciando experiências pessoais e coletivas. Uma mistura do eu e do nós. Este é o maior aprendizado: vivenciar ambas dimensões para construir um novo capital espiritual e dar uma alma à economia.
Segundo Luiza, essa e tantas outras experiências que já teve têm forte relação com a graduação que escolheu cursar. Ela e os pais integram o Grito dos Excluídos Continental, um movimento que luta por justiça social, cidadania e democracia, em defesa dos mais vulneráveis.
Meu curso tem a ver com minha história de vida. Sempre me relacionei com outros povos e culturas por meio do Grito dos Excluídos Continental. Ser internacionalista para mim é assumir este desafio de buscar diálogos para uma economia global diferente, que cuida e não mata. Que traga paz e não guerras. Que seja inclusiva e garanta igualdade de oportunidades para as populações. Que respeite a mãe terra e tudo o que nela habita, reforça.
A experiência também foi marcante para Tiago Guerra, diplomado pela Univates e responsável por uma empresa residente do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), que esteve no encontro e participou da vila temática Negócios em Transição. Ele conta que o evento em Assis foi um encontro de amigos, uma vez que os participantes já estavam trabalhando juntos, ainda que de forma on-line em função da pandemia.
Guerra destaca que a participação do Papa, no dia 24, coroou o evento e seu discurso foi encorajador no sentido de motivar os jovens a enfrentar as complexidades da contemporaneidade, "colocando-se a postos para criar discussões que possam ser produtivas para o encaminhamento de um melhor desenvolvimento econômico e social".
Guerra também participou da criação de uma escola de tecnologia na Zâmbia, no projeto chamado Pacar School, que visa a qualificar jovens na área de Tecnologia da Informação (TI).