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Extensão

“Vem pra cá”, projeto da Univates, já atendeu mais de 650 imigrantes com aulas gratuitas de Português em Lajeado

Por Lucas George Wendt

Postado em 11/07/2022 11:54:49


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Divulgação/Univates



O projeto de extensão “Vem pra cá!”, da Universidade do Vale do Taquari - Univates, oferece, desde 2014, aulas semanais e gratuitas de Língua Portuguesa como língua adicional para imigrantes, ministradas por bolsistas e voluntários. Desde o começo, o projeto já atendeu cerca de 650 pessoas, número que também reflete o crescimento da comunidade imigrante em Lajeado e região. Mesmo durante a pandemia, o projeto seguiu com as atividades, com o objetivo de assistir aos imigrantes também nesse período. 

Os participantes atualmente são de países como Haiti, Bangladesh, Marrocos, Guiné-Bissau, Paquistão e Egito, podendo participar do projeto todo imigrante que necessita aprender o português. Os encontros acontecem nas quintas-feiras, das 9h às 11h, nas dependências do Colégio Castelo Branco. Todos os imigrantes interessados podem participar das atividades. As aulas são, inclusive, abertas a imigrantes de outras cidades também, desde que se desloquem até o local em que acontecem as aulas.

A oferta de aulas de língua portuguesa como língua adicional é uma forma de a Universidade auxiliar a comunidade imigrante, crescente em Lajeado, possibilitando mais autonomia na comunicação, na vida cotidiana e no exercício da cidadania no Brasil. As aulas do projeto são ministradas por acadêmicos e diplomados da Univates e demais voluntários da comunidade, que oportunizam formação em língua portuguesa para os imigrantes. 

“Neste semestre estamos com mais ou menos 25 imigrantes das aulas. Como resultados, o Vem pra cá visa a ampliar o nível de proficiência dos imigrantes que participam das aulas, ou seja, espera-se que as aulas de português como língua adicional auxiliem os imigrantes a participar com mais autonomia das práticas sociais e culturais da comunidade na qual residem atualmente, fazendo uso da língua portuguesa”, explica a professora coordenadora do projeto, Maristela Juchum. 

“No meu entender, o projeto auxilia na inserção dos imigrantes na comunidade local. Aprender uma língua é essencial para que possam se comunicar com as pessoas e realizar ações cotidianas, como ir ao supermercado, ir ao médico, procurar um emprego”, descreve a docente. 

Divulgação/Univates

Os materiais didáticos utilizados nas aulas são produzidos pelos voluntários do projeto. “É um material autêntico, que dá ênfase ao uso da língua para o ensino de português como língua adicional. Baseados na concepção interacionista de linguagem, entendemos que o ensino do idioma português deve se dar por meio de situações reais de uso da língua”, revela a professora. Isso quer dizer que a abordagem didática privilegia as temáticas do cotidiano dos participantes: seus direitos, a cidadania em outro país, questões relativas à saúde e ao trabalho. 

Interculturalidade 

“Para todos os que participam é uma oportunidade de trocas ímpar”, observa a professora. Ela defende que a perspectiva é válida tanto para os voluntários quanto para os imigrantes. “Muitos falam mais de um idioma e nos ensinam sobre as culturas de origem”. Nesse sentido, a sala de aula, seja ela presencial ou virtual, constitui um espaço compartilhado por todos. A interculturalidade tem grande força nesse contexto, com os imigrantes e os voluntários ensinando e aprendendo ao mesmo tempo.  

Migrações contemporâneas

Conforme dados do Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" (Nepo) da Universidade de Campinas (Unicamp), os fluxos migratórios contemporâneos são diferentes daqueles que o mundo viu acontecer nos séculos XIX e XX, com forte prevalência das migrações ocorrendo no sentido Sul-Sul, ou seja, quando indivíduos deixam seu lugar de origem, situado no Hemisfério Sul, procurando países situados também nessa faixa do globo. É o que ocorre no Brasil, que recebe imigrantes oriundos de países da África, Ásia e região do Caribe - e o que se verifica no Vale do Taquari. Outra característica dos movimentos migratórios humanos do século XXI é a interiorização das migrações, quando os sujeitos que migram se instalam em regiões no interior dos lugares de destino. 

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