O Laboratório de Alfabetização Alfabeletrando iniciou as atividades nesta segunda-feira, 20, nas escolas da rede municipal de educação de Lajeado. A iniciativa é da Prefeitura, por meio da Secretaria da Educação (SED), em parceria com a Universidade do Vale do Taquari - Univates. O projeto consiste na realização de aulas complementares conduzidas por uma equipe de professores e monitores selecionados pela Univates. As atividades são desenvolvidas no turno inverso ao turno escolar e acontecem nas escolas municipais e no campus da Universidade.
As escolas que iniciaram o projeto nesta segunda-feira são as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef) Oscar Koefender, do bairro das Nações, Lauro Mathias Müller, do bairro Planalto, Santo André, do bairro Santo André, Guido Arnoldo Lermen, do bairro Centenário, e Pedro Welter, do bairro Floresta. O projeto atende alunos do 2º ao 4º ano que fazem parte do ciclo de alfabetização e foram prejudicados pela pandemia.
A vice-diretora da Emef Santo André, Márcia Antoniazzi Finkler, reforça que o Alfabeletrando é muito relevante para alunos e professores. Segundo ela, todo apoio na alfabetização é essencial para a evolução dos estudantes.
Hoje os alunos que estão no 3º ano são aqueles que não haviam frequentado a escola até então. O processo de alfabetização deles foi muito prejudicado e o Alfabeletrando vai ajudar a construir a base de conhecimento deles. A evolução dos alunos seria muito prejudicada caso não houvesse esse reforço, explica a vice-diretora.
A professora do projeto Iara Regina Bencke de Vargas relata que os primeiros dias serão de adaptação para diagnosticar qual a fase de cada aluno e quais são as principais dificuldades de cada um. Segundo ela, o projeto é um complemento à aula com ensinamentos lúdicos por meio de jogos e brincadeiras.
O trabalho será em conjunto para identificar as principais dificuldades e lacunas deixadas pelo período da pandemia. A ideia é conversar com a professora da escola para atuarmos de forma ainda mais assertiva. Queremos que os alunos alcancem a leitura e a escrita ao final do projeto Alfabeletrando, destaca Iara.
As dificuldades de leitura e escrita enfrentadas por alunos dos anos iniciais impactados pela pandemia representam uma realidade preocupante em muitos municípios. A necessidade de atender esses alunos de uma forma específica e pontual é uma demanda recorrente, explica a coordenadora do projeto, professora doutora Grasiela Kieling Bublitz.
Lajeado está se antecipando nesse sentido, pois vai atender um número relevante de alunos com essas dificuldades, considerando características individuais, com base em diagnóstico realizado previamente. Os professores que atuarão no Laboratório foram capacitados e acompanhados pela equipe pedagógica da Univates e também por uma equipe de pesquisa, responsável por analisar o desempenho dos alunos durante o projeto, complementa a docente.
A secretária da Educação de Lajeado, Adriana Vettorello, explica que, apesar da manutenção das aulas no formato on-line no período mais crítico da pandemia, muitos alunos apresentaram dificuldades na alfabetização, especialmente nos anos iniciais, etapa que demanda o atendimento presencial. No retorno presencial, que ocorreu em 2021, cada escola realizou uma avaliação diagnóstica com os alunos das turmas do 1º ao 4º ano.
Por meio da avaliação, identificamos que muitas crianças possuem defasagem na alfabetização. Diferentemente dos alunos maiores, as crianças dessa faixa etária sofreram mais com as aulas remotas, pois a alfabetização depende da interação direta entre professor e aluno para ser bem-sucedida, explica Adriana. Esse projeto vem para auxiliar essas crianças nesta etapa, que é tão fundamental, já que a partir dela são desenvolvidas outras habilidades, como ler e escrever, todas fundamentais para as crianças seguirem para as etapas seguintes, detalha a secretária.
O projeto
O Alfabeletrando vai atender cerca de 500 alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental que tiveram a aprendizagem prejudicada em razão da pandemia de covid-19. As atividades ocorrem duas vezes por semana no contraturno escolar, com aulas nas segundas e quartas-feiras nas próprias escolas que possuem atividades no turno inverso e em terças e quintas-feiras, na Univates, para escolas que não possuem atividades no turno inverso. O Alfabeletrando também já está sendo desenvolvido em Garibaldi, no RS, e em Nova Mutum, no Mato Grosso, por meio de parcerias da Univates com as prefeituras desses municípios. O total de crianças abrangidas por essas iniciativas é de cerca de mil.