A inadimplência é o mal que assola o Brasil e é o reflexo da falta de educação financeira, demanda que começa a ser suprida pela mentoria digital da 7 Way Educacional. A empresa está incubada na Incubadora Tecnológica (Inovates) da Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), e conta com acessos de alunos que buscam melhoria na estrutura de vida, voltada às finanças pessoais.
A startup iniciou com uma ideia de sua fundadora, Fabiana Mallmann, que usou o próprio case como exemplo e descobriu que as dificuldades financeiras são geradas pelas próprias pessoas, na maior parte dos casos. Após uma intensa pesquisa de mercado, um dado assustador e intrigante surgiu: muita gente não teve acesso a esse conhecimento fundamental para a vida adulta. “Assim como milhões de brasileiros, eu vivi isso. Precisei me reorganizar e percebi que este conhecimento é muito necessário. Mas ele começa muito antes de saber fazer um orçamento. E também pode ir muito além disso”, explica Fabiana.
Após encomendar uma pesquisa espontânea com uma empresa especializada, ela percebeu que existia muita demanda em setores como comércio, serviços, indústria e, por fim, estudantes. A e 7 Way Educacional foi incubada no Inovates em 2021 e passou a prestar mentorias. “O que me move é contribuir com algo substancial, significativo, que possa mudar de fato a vida das pessoas”, revela.
65 milhões de inadimplentes
Conforme dados do Serasa, em fevereiro de 2022, o número de inadimplentes no Brasil cresceu em comparação a janeiro do mesmo ano. Pela primeira vez, desde o começo da pandemia, ultrapassou os 65 milhões. O valor médio da dívida por pessoa agora é de cerca de R$ 4 mil. A maioria dos devedores está na faixa etária dos 26 aos 40 anos. Os dados da pesquisa realizada a pedido de Fabiana sobre a necessidade da educação financeira mostraram algo semelhante. Também apontaram que o campo é amplo. Os impactos podem ser sentidos nas empresas diretamente na linha de produção. “Isso porque um funcionário endividado rende menos, tem preocupações que ultrapassam a sua capacidade de evitá-las”, indica a gestora.
É preciso mudar a mentalidade
O chamado mindset da população é um ponto essencial a ser trabalhado. Segundo Fabiana, a dívida é o reflexo de um histórico pregresso e, portanto, precisa ser identificado. Para ela, as crenças que são trazidas da infância refletem na vida adulta. Comprar algo que não se tenha condições de pagar à vista já torna o item mais caro. E isso acaba comprometendo relações humanas. “ Começa em casa, com o cônjuge, com os filhos, reflete no trabalho, pois o salário não é mais percebido. A dívida é muito prejudicial à sociedade”, aponta.
Mentoria completa
As etapas da mentoria seguem em módulos que começam pelo lado humano, buscando possíveis respostas para os comportamentos que acabam gerando dívidas para as pessoas. A parte prática é a organização financeira. Por fim, nos últimos módulos é aberto um outro campo, pouco explorado no Brasil, que são os investimentos. “Após o prazer gerado por não ter dívida e ainda sobrar dinheiro, o aluno deve ter um plano certo para os excedentes e buscar a tão sonhada liberdade financeira”, finaliza Fabiana.
