A diplomada do curso de Fisioterapia da Universidade do Vale do Taquari - Univates Laura Bastianel, de Encantado, esteve recentemente na Espanha em um evento da Sociedade Internacional de Tratamento Ortopédico e de Reabilitação da Escoliose (Sosort), que se dedica ao avanço do tratamento não cirúrgico da escoliose idiopática e outras alterações estruturais da coluna humana.
O evento contou com a participação de pesquisadores de todo o mundo. Além de diplomada pela Univates desde 2016, Laura é mestre em Ciências do Movimento Humano pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Laura iniciou a formação na Univates em 2011. Segundo ela, o diploma de Fisioterapia pela Univates traz em sua essência observar o paciente como um todo. Isso sempre tive comigo e foi fortalecido na minha formação. Essa foi uma das motivações na realização da pesquisa que escolhi fazer no meu mestrado.
A profissional detalha que a escoliose é a condição de coluna mais comum em adolescentes. Sempre me identifiquei com trabalhar com adolescentes. Além disso, com o âmbito da biomecânica do corpo humano e postura, durante a faculdade participei de projetos voluntários na Univates sobre avaliação postural, relata. O seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) envolvia biomecânica, em um estudo que analisou os joelhos e a coluna lombar em pessoas que praticavam exercícios com kangoo jumps.
Hoje em dia eu consigo me dedicar especificamente para trabalhar com escoliose e postura. Em 2021 me mudei para São Paulo, mas, devido à pandemia, atendo pessoas de vários locais do Brasil e até mesmo de fora do país. Quanto à carreira acadêmica, escolhi fazer o mestrado pois sempre me identifiquei com a docência. Gosto muito de ensinar, compartilhar conhecimento, ver e sentir o brilho no olho aprendendo e ensinando, complementa.
A coordenadora do curso de Fisioterapia da Univates, professora Lydia Koetz Jaeger, afirma que a universidade é um campo aberto e em constante evolução. A ampliação do conhecimento das pessoas em relação à Fisioterapia, bem como das tecnologias, tem impactado muito na demanda por profissionais fisioterapeutas no mercado e na consequente ampliação da formação na área. Hoje a inserção do nosso diplomado na carreira acadêmica é uma possibilidade real, revela. No caso da Laura ainda mais, porque ela desenvolveu a sua pesquisa de uma forma aplicada e que pode ser implementada no cuidado aos pacientes, ou seja, é um ótimo exemplo de articulação entre teoria e prática, que impacta na qualidade de vida das pessoas. É para isso que a ciência existe, para melhorar a qualidade de vida da população, indica a docente.
Para a coordenadora, a trajetória de Laura foi marcante. "Ela trabalhava e estudava e isso nunca interferiu na atuação dela como estudante. Gosto sempre de lembrar disso, porque essa é a realidade de muitos dos nossos estudantes, que atuam no mercado de trabalho e precisam conciliar os estudos com a vida profissional.
Lydia lembra do primeiro atendimento realizado pela estudante: foi para uma idosa com Alzheimer, que tinha pouca interação social e estava em uma instituição de longa permanência para idosos. Ela e a colega fizeram um atendimento singular, único, repleto de cuidado e competência técnica. Tiveram o cuidado de estimular a potencialidade da idosa e, ao final dos atendimentos, já estavam caminhando com ela na rua para estimular a autonomia dela, recorda.
As estudantes estavam na metade do curso na época. Já nesse momento Laura apresentou trabalho na Mostra de Trabalhos Acadêmicos e foi se experimentando na pesquisa a partir dos estudos de caso, detalha a docente. Por isso que sempre digo: Nada é por acaso. Se hoje Laura está apresentando seu trabalho na Espanha, é porque ela começou a trilhar esse caminho ainda na graduação. Enquanto coordenadora, fico orgulhosa acompanhando todo o reconhecimento que ela está colhendo e que merece ainda mais.