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Ciências Humanas, ODS

Após ser diplomado em jornalismo pela Univates, jovem busca sonho de ser repórter

Por Nicole Morás

Postado em 26/08/2021 10:18:57


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Foco e persistência foram as qualidades que levaram o jovem Samuel Elias Klein ao tão sonhado diploma em Jornalismo, em colação de grau realizado no último dia 14, depois de 11 anos de estudos. Samuel sonha em ser repórter.

Acervo pessoal

Diagnosticado com paralisia cerebral, Samuel, ou Samuca como é carinhosamente chamado pelos colegas, disse nas redes sociais da Univates que a sua deficiência nunca o impediu de seguir adiante.

“Cheguei na Univates no primeiro semestre de 2015, vim de outra instituição onde já cursava Jornalismo desde 2010. A Univates me acolheu com muito carinho, respeito e dedicação.Quando cheguei na Univates, fiz amizade com colegas que me ajudaram muito na minha trajetória acadêmica. Também fiz amizades com professores que até hoje são meus amigos.”, lembra ele. Entre esses professores, Samuel destaca o saudoso professor Sergio Reis (in memoriam).

Com suas experiências no jornalismo e sua amizade comigo, deixou um grande legado que levarei por toda minha vida profissional como jornalista. Sempre digo que foram os professores que me formaram e eles são os grandes responsáveis por este momento na minha vida
Samuel Klein, diplomado em Jornalismo

Sobre a obtenção do diploma, Samuel diz que a formatura representa para ele, uma conquista inigualável, que vai o colocar em destaque na sociedade, e lhe trazer oportunidades de trabalho. Para Samuel, o momento foi a realização de um sonho. "Realizei meu grande sonho de ser jornalista profissional. Minha deficiência nunca me impediu de seguir adiante, com foco e muita persistência.Estou muito emocionado e feliz com esta conquista.Agradeço a Deus, minha família, professores, monitores, colegas e a Univates pela oportunidade e apoio para me formar em Jornalismo. Nunca desista dos seus sonhos, mesmo que pareça impossível , com a ajuda de Deus você chega lá”, finalizou ele.

Acervo pessoal

Agora diplomado, o jornalista lembra que recebeu todo apoio pedagógico da Universidade para a realização dos seus estudos, inclusive com a contratação de monitores “super atenciosos para me auxiliarem durante as aulas, eles marcaram muito minha vida acadêmica”. Um deles foi Natanael Castoldi, que acompanhou Samuel de 2016 até a sua formatura. Ele conta que a oportunidade de trabalhar com o Samuel foi o que lhe permitiu morar em Lajeado e garantiu que ele pudesse realizar sua formação em psicologia na Univates. “Inicialmente, esse era o propósito: trabalhar para poder me formar. Mas quando conheci o Samuel pessoalmente, ao aspecto profissional se juntou uma amizade verdadeira. Realizei o esforço necessário, às vezes indo ao meu limite físico, para tirá-lo do ônibus e colocá-lo na cadeira de rodas, e também para guiá-lo nos declives do campus, indo para cá e para lá, no calor do verão, no frio do inverno e também abaixo de chuva - o guarda-chuva, afinal, deveria proteger o meu amigo mais do que a mim. Mas esse esforço pareceu muito pequeno perto do privilégio de acompanhá-lo”, comenta ele.

Natanael explica que o Samuel sempre foi muito gentil e compreensivo com ele e permitiu que ele fosse se adaptando às suas necessidades com naturalidade.” Mais do que isso: ele se interessou pela minha pessoa, buscando me conhecer melhor, saber como eu estava e até me dar apoio com conselhos na ocasião de alguma dificuldade pessoal que eu lhe confessava. Muito inteligente, de coração puro e uma vitalidade ímpar, o Samuel mudou minha vida pelo exemplo e também com suas palavras e ensinamentos", disse.

Eu sei que, no final, todo o esforço foi pequeno perto de tantas coisas boas que ele me demonstrou e me ensinou com sua boa vontade, seu otimismo e sua simplicidade. Por isso vê-lo chegar à formatura é muito gratificante, uma alegria enorme para mim, pois sei o quanto ele merece essa conquista após tanta luta, tanto trabalho e tanta entrega. Ele realmente me surpreendeu e, chegando até o fim com tanto louvor, mostrou ainda mais força do que eu imaginava
Natanael Castoldi

Natanael também reconhece o seu esforço como monitor e amigo. “É claro que eu também me dou o direito de orgulhar-me de mim mesmo, já que dei o meu melhor durante esse tempo, tentando transformar a experiência dele na Universidade na mais confortável e produtiva possível. Termino essa jornada com uma sensação de dever cumprido, de vitória e de um ganho muito vasto em conhecimento e em humanidade, além, é claro, de findar meu trabalho com ele enquanto sem perder a amizade, que se construiu desde as primeiras semanas de trabalho e que se manterá até o fim de nossas vidas, nas memórias e nos reencontros que virão. Desejo todo o sucesso para o Samuel, pois eu, que tive o privilégio de conhecê-lo bem de perto, sei muito bem o quanto ele é digno de tudo o que está acontecendo agora em sua vida e merece muitas coisas boas no futuro”, acrescenta.

Na cerimônia, o diploma foi entregue pelo coordenador do curso, professor Fábio Kraemer. Ele diz que já viu muitos estudantes colando grau ao longo dos anos, mas que a formatura do Samuca foi um dos momentos mais emocionantes da sua vida como docente desde 2008. “Todos sabem do carinho dos colegas e dos professores por ele. Do palco, durante a cerimônia, pude ver muitas pessoas de pé na plateia aplaudindo efusivamente a conquista do agora jornalista. Com certeza, não teve uma pessoa que não ficou tocada com aquele grande momento”, disse o coordenador.

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