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Pesquisa, Pós-graduação, Tecnologia

Univates está ao lado de universidades de São Paulo em estudo sobre água liderado pela Unifesp

Por Lucas George Wendt

Postado em 24/06/2021 09:15:24


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A Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio da professora doutora Simone Stülp, é uma das entidades que desenvolve, em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um projeto de pesquisa para remoção de substâncias que conferem gosto e odor à água potável. O estudo vai acontecer no Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF) da Unifesp. 

Na Univates, a estrutura do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari - Tecnovates, no qual a professora Simone Stülp atua, servirá ao projeto. A expectativa é que a docente aproxime o projeto do trabalho de mestrandos e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação da Univates. Simone integra o quadro de cientistas principais do estudo, que tem previsão de encerramento em maio de 2024. Na Univates, além de ser uma das coordenadoras do Tecnovates, ela atua no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD)

Nicole Morás

Professora Simone Stülp

Professora Simone Stülp

Simone explica que o contato prévio com instituições de pesquisa do Sudeste foi a ponte que ligou o novo trabalho da pesquisadora Christiane Arruda Rodrigues ao seu. A docente da Univates realizou o seu pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), de Araraquara, e, desde então, passou a debater a eletroquímica com grupos da região. "Espero que o meu trabalho e o dos meus estudantes na Univates possam contribuir a partir dos testes com membranas, que é uma das áreas nas quais eu atuo", detalha.

A Univates também vai atuar na determinação da composição das amostras com e sem a presença dos contaminantes que conferem odor e gosto indesejável à água. "É importante destacar que esse é um problema não só do estado de São Paulo", observa a pesquisadora. "Aqui no Rio Grande do Sul, durante o verão, a região de Porto Alegre com frequência anuncia problemas parecidos com os do Sudeste relacionados às condições da água potável.”

O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e é uma aliança da Unifesp com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Univates. 

O edital selecionou 13 projetos e tem como objetivo apoiar pesquisas voltadas à modernização do setor de saneamento no Brasil. O aporte de recursos será superior a R$ 11 milhões, divididos entre a Fapesp e a Sabesp.

O projeto 

"Em nosso projeto empregaremos processos que conseguem remover substâncias do meio aquoso por retenção ou destruição dos contaminantes. Os processos de retenção utilizarão carvões ativados – similares ao que temos nos filtros de nossas casas – e membranas poliméricas que filtram, assim como filtramos um café, mas que, ao invés de reterem sólidos, retém substâncias solúveis devido ao tamanho diminuto dos seus poros. Os processos de destruição são mais complexos e aplicam eletrodos capazes de produzir radicais livres que são muito reativos e destroem matéria orgânica, incluindo contaminantes. O uso combinado desses diferentes processos pode levar a uma maior eficiência de remoção de poluentes e ainda reduzir custos do tratamento", detalha a coordenadora do projeto e docente do ICAQF, Christiane de Arruda Rodrigues. 

Ela explica que esses diferentes tipos de processos já são utilizados no tratamento de água e efluentes. Entretanto, o único amplamente aplicado é a filtração com carvão ativado. Como diferencial da proposta, ainda segundo a docente, serão empregados carvões ativados preparados com resíduos agroindustriais brasileiros, visando a impulsionar a bioeconomia e a economia circular, tendo a Unifesp patente de produção de alguns desses carvões. 

"Já os eletrodos ativados pela luz UV e solar a serem aplicados nos processos fotoeletroquímicos serão nanoestruturados e desenvolvidos na Unifesp. As membranas e a degradação empregando radicais livres são técnicas mais caras e têm sido utilizadas pontualmente no mundo. Apresentam, contudo, respectivamente, uma eficiência de retenção e destruição de contaminantes muito atrativa. O uso combinado dos três processos é o nosso desafio, de forma a ganhar eficiência e reduzir custos, simultaneamente", finaliza Christiane.

Os pesquisadores

- Pesquisadora responsável: Christiane de Arruda Rodrigues (Unifesp) 

- Pesquisadora principal: Geórgia Christina Labuto Araújo (Unifesp)

- Pesquisadora principal: Simone Stulp (Univates) 

- Pesquisadora associada: Cristiane Reis Martins (Unifesp)

- Pesquisador consultor: Rodnei Bertazzoli (Unicamp)

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