Tem sido constante, desde o início da pandemia, a preocupação com a saúde mental da população em todo o mundo. Este aspecto preocupa especialmente na região dos Vales do Taquari e Rio Pardo, locais que apresentam as maiores taxas de prevalência de suicídio no País conforme o DataSus, o sistema de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante desse contexto, ainda em 2020, a Universidade do Vale do Taquari - Univates submeteu, em parcerias com outras Instituições e empresas da região dos Vales, um projeto de pesquisa ao edital Inova RS Covid-19, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) do Estado do Rio Grande do Sul, que investiu R$ 1,2 milhão em soluções tecnológicas inovadoras no enfrentamento da Covid-19.
A Instituição, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (PPGCM) e do Tecnovates, formatou o projeto Vale a Vida, iniciativa que busca oferecer, gratuitamente, à população dos Vales do Taquari e do Rio Pardo teleconsultas psiquiátricas e psicoterápicas, a partir de uma ferramenta tecnológica criada especificamente para o projeto. Teleconsultas estão disponíveis para até 600 pessoas durante a pandemia da Covid-19.
Os atendimentos já estão sendo realizados por profissionais da área da saúde mental (psiquiatra e psicólogas) que foram capacitados para este fim pelo Programa TelePsi do Ministério da Saúde e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O pesquisador responsável pelo projeto é o professor e coordenador do PPGCM da Univates, o psiquiatra Flávio Milman Shansis. Na Univates, também integram o projeto a professora Simone Stulp, coordenadora do Tecnovates, além de dois mestrandos do PPGCM e de um bolsista de iniciação científica do curso de Medicina.
Para mais informações, acesse a página do projeto no Facebook ou o site www.valeavida.com.br. Também está disponível um telefone celular com WhatsApp, o (51) 99666-9151, e o e-mail valeavida@univates.br. A inscrição ao Programa é realizada através do site.
O que é?
O Vale a Vida é um projeto de pesquisa que busca ajudar pessoas em sofrimento psíquico durante e após a pandemia de Covid-19. O voluntário receberá, de forma remota (através do celular, tablet ou computador), uma avaliação psiquiátrica e quatro sessões de psicoterapia. Também receberá questionários para serem respondidos no site desde o início do projeto até nove meses após.
Quem pode se beneficiar do Vale a Vida?
Pessoas em sofrimento psíquico, como tristeza, ansiedade, irritabilidade, alteração de sono ou outros sintomas emocionais.
Quem pode participar do Vale a Vida?
Moradores das regiões do Vale do Taquari e Vale do Rio Pardo, maiores de 18 anos.
Como funciona?
O projeto Vale a Vida oferece uma avaliação psiquiátrica e quatro sessões de psicoterapia com espaço de uma semana entre elas, que serão realizadas de forma online e totalmente gratuita. Entre os atendimentos, e no terceiro, sexto e nono mês após o término das consultas, os participantes receberão notificações por email e pelo WhatsApp lembrando-os para preencherem os questionários no site. Estes questionários ajudam no processo da psicoterapia, além de auxiliarem a medir a evolução do participante ao longo e após a conclusão das atividades.
Saiba mais
O projeto tem o nome O uso de uma ferramenta tecnológica no auxílio diagnóstico para a Covid-19, transtornos do afeto negativo e comportamento suicida na região com maiores índices de suicídio no Brasil e ensaio clínico de técnicas de psicoterapia breve voltado à sintomatologia psiquiátrica em tempos de pandemia.
É vinculado ao PPGCM da Univates, por meio do Centro de Pesquisa Translacional em Transtornos de Humor e Suicídio (CEPETTHS) e ao Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates). O projeto também tem a parceria da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). A iniciativa conta com a participação das Secretarias de Saúde de Lajeado e de Santa Cruz do Sul e da empresa Tekann Tecnologia da Informação e Tummi Aplicativos e Desenvolvimento.
O valor total da iniciativa é de R$ 222.287,76, sendo R$ 144.745,36 solicitado por meio do edital e R$ 77.542,40 investidos como contrapartida das organizações participantes da pesquisa.