A Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau) e do projeto de extensão Patrimônio Vivo, apresentou na noite da última quinta-feira, 26, a proposta da sede cultural para um grupo de integrantes da comunidade do Quilombo de Lajeado. Desde o ano passado, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Instituição estabeleceu o vínculo com a comunidade quilombola, do bairro Planalto de Lajeado, para auxiliar na idealização da proposta de uma sede cultural.
Segundo a coordenadora do Emau, professora Jamile Weizenmann, além de toda a causa social por trás do projeto, esta é uma oportunidade única de aprendizagem para os estudantes, que passam a conhecer e reconhecer a diversidade cultural da região por meio da extensão, e também reafirma o compromisso do EMAU com a responsabilidade social da Universidade.
O projeto foi organizado em parceria com a Secretaria de Planejamento do município, a Seplan, e a equipe vinculada ao Emau. Os estudantes e professores envolvidos auxiliaram na proposta, especialmente a partir de ações de extensão com a comunidade-foco, buscando compreender as necessidades e todas as questões sociais e culturais que marcam a identidade deste remanescente quilombola na cidade de Lajeado. Para isso, desde o ano passado os estudantes envolvidos realizaram diversas ações, como oficinas culturais e visitas às famílias, a fim de compreender a cultura e as possíveis atividades que deveriam ocorrer na futura sede cultural. Durante a pandemia as ações seguiram de forma virtualizada com a comunidade, relata a coordenadora.
A proposta conta com a responsabilidade técnica de um profissional indicado pela Administração Municipal de Lajeado e com a supervisão do arquiteto e urbanista, atual secretário do Planejamento, Giancarlo Bervian. Já o grupo envolvido da Univates foi coordenado pelos professores Guilherme Osterkamp e Jamile Weizenmann. Durante os encontros promovidos pela equipe, os estudantes puderam contribuir com ideias, a partir dos estudos sobre a cultura e a comunidade, além de aprofundar conhecimentos a partir do auxílio em pesquisas sobre materiais e técnicas, promovendo um diálogo com o arquiteto da Secretaria de Planejamento e com professores do curso.
Para a formanda e estagiária do Emau Bruna Ruthner, além do conhecimento, a participação no projeto demonstra que a arquitetura é muito importante para o apoio às causas sociais. O projeto do Centro Comunitário não somente representa a valorização da cultura quilombola, mas também reforça a diversidade do Vale do Taquari e a responsabilidade social que tanto poder público quanto arquitetos e urbanistas possuem com a comunidade, salienta.
De acordo com a representante do grupo quilombola, Camila Marques, o sentimento é de felicidade. A gente se sente muito grato pelo acolhimento do município e da Univates. Ter uma Universidade parceira e engajada em causas sociais faz toda a diferença. Estamos encantados com a proposta e em saber que poderemos um dia receber as pessoas da comunidade e as escolas da região. Isso é muito importante para nós, enfatiza.
Agora, a projeto passa para a etapa seguinte, na qual o município irá realizar o orçamento com base na proposta. Com o material entregue e a previsão orçamentária, a comunidade quilombola poderá recorrer a fomento externo e editais de captação de recursos para a execução da proposta, além de buscar parcerias.