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ODS, Pesquisa, Pós-graduação

PPGSAS desenvolve investigação sobre comunidades vegetais

Por Nicole Morás

Postado em 23/10/2020 11:00:42


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As espécies vegetais são um recurso natural abundante e exercem inúmeras funções, dentre as quais se destaca a produção primária, ou seja, elas constituem a base da cadeia alimentar, garantindo a manutenção da vida no planeta com a produção de compostos orgânicos ricos em energia e a geração do oxigênio que utilizamos na respiração. Conforme a professora da Universidade do Vale do Taquari - Univates, Elisete de Freitas, essas duas funções (veja outras funções das espécies vegetais no box abaixo) já são suficientes para que as espécies vegetais sejam respeitadas e valorizadas. 

Assim, é fundamental conhecer as espécies, como as comunidades vegetais estão organizadas e as possibilidades que existem para a exploração econômica sustentável. “Quando conhecemos e entendemos a importância das comunidades vegetais, valorizamo-as e preservamo-as”, diz Elisete. É com esse intuito que no Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS) da Univates vem sendo desenvolvido o projeto de pesquisa “Estudo de comunidades vegetais da Depressão Central do Rio Grande do Sul: riqueza florística, estrutura e potencialidades”, coordenado pela professora Elisete de Freitas.

Lucas George Wendt

Conforme Elisete, o projeto compreende a caracterização das comunidades vegetais nativas inseridas nos biomas Mata Atlântica e Pampa, localizados na região central do Estado. “A partir do conhecimento das espécies que compõem as florestas ou os campos nativos, e até mesmo áreas degradadas, e como elas estão organizadas em ‘sociedade’, conseguimos definir quais espécies devemos utilizar e em quais proporções, por exemplo, para a recuperação de áreas degradadas. Além disso, ao conhecer a diversidade de espécies de uma área é possível investigar seu potencial alimentício, fitoterápico, ornamental e/ou alelopático para exploração sustentável, contribuindo para a preservação da biodiversidade brasileira”, afirma ela. 

Essas espécies com potencial para exploração econômica podem ser utilizadas, por exemplo, na composição de agroflorestas que podem ser instaladas em áreas de reserva legal que, conforme previsto no Código Florestal (Lei 12.651) aprovado em 2012, deve existir em cada propriedade rural. Uma das atividades de pesquisa está sendo o estudo do banco de sementes do solo para identificação das espécies cujas sementes são encontradas no solo ou na superfície de uma determinada área. O estudo permite identificar as espécies que dispersam suas sementes e em quais quantidades, o que possibilita a restauração da vegetação em um processo natural de sucessão.

Jader Zeni

 

Sob orientação da professora Elisete, o estudante Jader Zeni, do curso de Ciências Biológicas, realiza as atividades de pesquisa do banco de sementes. Ele explica que o banco de sementes é uma importante fonte de conhecimento biológico sobre o histórico da vegetação local nas proximidades das margens dos rios e pode ser responsável por regenerar a floresta a partir da germinação das sementes. A professora Elisete explica que a pesquisa partiu da necessidade de buscar a resposta a um questionamento que ela se fazia sobre a capacidade natural da restauração da cobertura vegetal. Então ela inseriu em seu projeto de pesquisa institucional o objetivo de caracterizar o banco de sementes do solo de áreas degradadas pela ação do homem. 

A partir desse estudo, e de outros semelhantes que estão sendo realizados em outros rios, será possível definir a necessidade ou não da interferência humana no processo de sucessão natural, de modo a garantir a adequada regeneração da vegetação nas margens dos rios em estudo.

Elisete explica que, em termos gerais, os resultados até então obtidos servem de alerta para a situação preocupante das margens dos rios da região estudada e confirmam o que já se suspeitava:há significativa quantidade de espécies e de sementes de plantas exóticas invasoras e, quando muito degradadas e sem formações preservadas nas proximidades, as áreas das margens dos rios não têm potencial para a sucessão natural, sendo necessária a adoção de ações que favoreçam a restauração da vegetação. Essas ações seriam, no primeiro momento, o controle de espécies exóticas invasoras e o plantio de mudas de plantas pioneiras. O estudo também alerta para a necessidade de adotar ações que garantam a preservação desses ecossistemas, que fornecem inúmeros serviços ambientais.

O estudo sobre o banco de sementes deve ser concluído em dezembro de 2020, quando será possível enumerar as espécies que podem contribuir para a restauração natural da cobertura vegetal. O projeto de pesquisa é realizado com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ppgsas@univates.br.

Outras funções das comunidades vegetais

- Protegem o solo dos processos erosivos;

- Contribuem para a regularização do clima, garantindo áreas de sombra;

- Servem de abrigo para os inimigos naturais que controlam organismos causadores de danos em lavouras;

- Suas flores têm utilidade decorativa, polinizadora e fornecem o néctar para que as abelhas produzam o mel;

- Fornecem (direta ou indiretamente) todos os nossos alimentos;

- Produzem compostos secundários cujas descobertas têm sido utilizadas para o desenvolvimento de medicamentos, entre outros produtos. Essas substâncias, antes do desenvolvimento dos biocidas sintéticos (herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas etc.), eram as principais alternativas para o controle de organismos causadores de danos em agroecossistemas.

Inscrições abertas

Com início previsto para janeiro de 2021, o PPGSAS está com inscrições abertas para 30 vagas para o mestrado profissional. Os interessados podem se inscrever no site www.univates.br/ppgsas. O Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis tem o objetivo de formar profissionais qualificados capazes de gerar, disseminar e aplicar conhecimento científico, tecnológico e legal nas áreas de Tutela Jurídica Ambiental e Sustentabilidade da Cadeia Produtiva. O PPGSAS prepara profissionais que possam interagir com produtores, agroindústrias e profissionais empreendedores e compreender a legislação ambiental pertinente ao licenciamento de empreendimentos.

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