Diplomada do curso de Odontologia da Universidade do Vale do Taquari - Univates, Maria Eduarda Ferreira de Andrade, de Progresso, realizou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) uma revisão de literatura, de abrangência nacional, sobre o tema do absenteísmo de pacientes nos serviços públicos odontológicos. O absenteísmo, no contexto do trabalho da estudante, é a desistência dos usuários às consultas agendadas, grande problema na área da saúde pública que gera desperdício de recursos.
Maria Eduarda explica que, no primeiro momento, atribui-se o problema estritamente ao usuário, porém ela reforça que nem sempre é assim. Impasses relacionados à gestão e à administração do serviço e de profissionais também comprometem o sistema, conta a diplomada.
Intitulado como Absenteísmo às consultas e exames odontológicos nos serviços públicos de saúde: uma revisão integrativa, o estudo elabora estratégias para minimizar dificuldades percebidas na adesão aos serviços públicos de saúde bucal, como estimular programas preventivos os profissionais da área para evitar a ausência e de orientação e informação sobre a importância do autocuidado e gerenciamento da sua saúde.
Percepções
A pesquisa bibliográfica indica que a maioria dos 21 estudos analisados apresenta o índice de mais de 30% de absenteísmo em consultas no País. Nesses estudos, a diplomada identificou que o esquecimento, o horário de trabalho e a doença estão entre os motivos mais citados pelos pacientes que faltam às consultas.
O absenteísmo odontológico no Sistema Único de Saúde (SUS) é um grave problema de saúde pública e necessita de estudos aprofundados para desvendá-lo e solucioná-lo, explica. De acordo com Maria Eduarda, o problema causa grandes prejuízos monetários, e os cortes orçamentários previstos pelo governo federal podem repercutir nos indicadores de saúde da população.
Por isso é necessário aperfeiçoar a gestão na saúde para combater e reduzir esse desperdício e, assim, otimizar os recursos financeiros disponíveis, argumenta. Além dos gastos excessivos em saúde, o não comparecimento compromete os princípios básicos do SUS e causa interrupção do tratamento e do cuidado com a saúde bucal, finaliza Maria Eduarda.
Necessidade da discussão
Conforme o professor de Odontologia e orientador da pesquisa, Alessandro Menna Alves, o estudo é necessário para entender o percentual de faltantes às consultas e os motivos da ausência em consultas agendadas. Essas faltas geram custos, dificultam o acesso de outros pacientes às consultas e impedem o cuidado longitudinal dos sujeitos. A ideia é realizar uma pesquisa semelhante em Lajeado, para que possamos observar a realidade do nosso município, conclui o professor.