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Institucional, ODS

Lajeado começa a alinhar futuro da inovação no pós-pandemia

Por Silvia Quevedo/Jornal O Informativo

Postado em 18/06/2020 15:27:30


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Que cenários e expectativas devem ser considerados para Lajeado na pós -pandemia ao se falar em inovação? Esta pergunta colocada pelo representante da Fundação Centros de Referências em Tecnologias Inovadoras (Certi), Cleber Borba Nascimento, pareceu representar o grande questionamento colocado ontem no encontro da equipe Pro_Move Lajeado, ocorrido de forma virtual. O Pro_Move Lajeado é um programa criado pela prefeitura e Univates para transformar Lajeado em uma cidade inovadora. Contratada para realizar o estudo de diagnóstico de ecossistemas de inovação, a Fundação Certi é uma organização independente de pesquisa com sede na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.

Ontem, o relatório final da pesquisa intitulado Ecossistema de Inovação de Lajeado foi divulgado e teve suas primeiras conclusões discutidas pelo grupo. Nascimento enfatizou a riqueza de recursos humanos da cidade, a boa oferta de qualificação, mas destacou a necessidade de se fortalecer a questão com a ampliação de ofertas de mestrado e doutorado, assim como do fluxo de start ups, no sentido de levar-se às empresas tradicionais a forma de ação, do universo dessas empresas emergentes, para que as primeiras possam exercitar a mesma agilidade e velocidade das inovadoras. “Isso é importante, mas não é a bala de prata, é um dos componentes do ecossistema, é uma tarefa de casa. Tão importante quanto isso é trazer as empresas tradicionais para perto e planejar a ancoragem de suas ações”, afirmou. No pós-Covid, segundo Nascimento, olha-se para tarefas que já deveriam ter sido feitas, como a digitalização das empresas, por exemplo, tarefa que em muitos casos vinha sendo postergada e que a pandemia obrigou a rever em procedimento. “A Covid trouxe problemas novos e revelou coisas que estavam embaixo do tapete”, disse o pesquisador.

Relatório

Composto por 116 páginas, o relatório aponta os quatro setores estratégicos identi cados para Lajeado: Alimentos, Saúde, Tecnologia da Informação e Comunicação e Automação, estes dois últimos fundidos em um eixo apenas. Estes quatro setores estratégicos são analisados em profundidade a partir de uma ferramenta chamada Radar da Inovação, composta por sete vertentes: Talentos, Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), Capital, Ambientes e Empreendedorismo, Políticas Públicas, Cluster e Governança. A equipe realizou três workshops ao longo do projeto e o plano de ação para cada setor foi elaborado em conjunto, pelos integrantes da equipe e por pesquisadores da Fundação Certi. A dinâmica do plano de ação construído de modo colaborativo resultou em quatro projetos estruturantes: uma proposta de gestão do ecossistema, um circuito de empreendedorismo e inovação, um programa de empreendedorismo na base e um projeto de inovação corporativa junto à empresas consideradas âncoras.

O encontro de ontem serviu também para um realinhamento do grupo, como a rmou um dos articuladores do projeto Albano Mayer. Um dos pontos destacados ao pós -pandemia foi colocado pela empresária Aline Eggers Bagatini, que ressaltou o reflexo emocional causado pela pandemia. “Diz-se que a próxima pandemia será emocional”, acrescentou Simone Stulp, diretora de Inovação e Sustentabilidade da Univates. O enfrentamento à pandemia por instituições públicas e privadas de Lajeado foi outro aspecto de destaque. O reitor da Univates, Ney Lazzari, afirmou que o diferencial entre as regiões diante do fato consumado que é a pandemia, é a forma de reação de cada uma delas. Como destacou, Lajeado foi testada e “passou no teste”. Deu como exemplo o Hospital Bruno Born que, conforme ele, custa por dia R$ 350 mil. “Inicialmente pensou-se em seis leitos Covid, depois passou-se para oito, 12, 15, até chegarmos a 18 e ninguém ficou discutindo quem ia pagar a conta, aquele era o momento de enfrentar a crise. Isso mostra que quando a gente se junta conseguimos avançar e muito”, disse. Ao final, os representantes de cada área fundante do projeto apresentaram seu plano de ação e o que teria mudado com o enfrentamento da pandemia. O articulador da área da Saúde, Armando Taffarel Neto, disse que a surpresa causada pelo coronavírus havia alterado temporariamente o foco de algumas atividades. Entre as sugestões, indica-se a centralização de dados e indicadores do setor. Embora ainda não existam estratégias para atingir esse objetivo, Taffarel pontuou a ação como importante para o conhecimento da realidade no município. Para encontrar esse caminho será preciso considerar metodologias e o aspecto legal que envolve o sigilo de dados.

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