No dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Pesquisas elaboradas na Universidade do Vale do Taquari - Univates, especialmente nos Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) e em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS), resultam em diferentes formas de pensar e praticar a preservação da natureza. No solo, na água, no ar, onde enxergamos ou não a olho nu, existem formas de vida que devem ser pesquisadas e protegidas para o bem do planeta.
Uma das pesquisas desenvolvidas no PPGAD, coordenada pelo professor doutor Eduardo Périco, chama-se Paisagens físicas e culturais: efeitos sobre populações animais e humanas. O projeto busca entender como, dentro de um recorte territorial, os elementos culturais, como alimentação, comunicação e cultura, e físicos, como florestas, campos, recursos hídricos, área urbana, agricultura, silvicultura e pastagens, afetam a ecologia e a conservação das populações animais. A pesquisa é desenvolvida em quatro diferentes biomas: Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Ligado ao projeto, o Laboratório de Ecologia e Evolução desenvolve trabalhos de pesquisa relacionados à ecologia de populações e comunidades animais, visando a estabelecer estratégias de conservação da biodiversidade.
Em conjunto com a Universidade de Halmstad, na Suécia, e financiamento da Fundação Sueca para Cooperação Internacional em Pesquisa e Educação Superior (Stint), o laboratório também estuda o efeito do aquecimento global sobre populações de libélulas na região boreal europeia. Conseguimos identificar como o aquecimento está provocando a migração de diversas espécies para regiões mais frias. Uma das espécies estudadas já se deslocou mais de 600 km em direção ao norte, conta Périco. Além disso, o laboratório desenvolveu um trabalho com wetlands naturais e construídos, que são sistemas naturais de tratamento de efluentes. Esses locais funcionam como refúgio da biodiversidade de organismos aquáticos e são a principal alternativa ao tratamento tradicional, por serem mais econômicos, eficientes e sustentáveis. Toda depuração dos efluentes é realizada pelas plantas e invertebrados aquáticos, ou seja, é mais um exemplo de um serviço ecossistêmico, explica o professor.
A importância de agroecologistas e dos produtos orgânicos para a preservação do meio ambiente
A professora doutora Luciana Turatti pesquisa sobre produtos orgânicos e os agricultores no Vale do Taquari. O projeto de pesquisa Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica: a construção de sentidos em torno das diretrizes nacionais pelo grupo de agricultores ecologistas de Forqueta, Arroio do Meio, RS, Brasil, realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), encerra este ano. Um dos resultados mais expressivos da pesquisa é o documentário elaborado por um grupo de agroecologistas, que foi coordenado pela professora Jane Mazzarino, integrante do projeto de pesquisa. Nesse material, elas contam sua história e apresentam as razões de optarem por uma produção livre de agrotóxicos. Para ela, o registro de histórias, como a das agroecologistas, realizado por meio das pesquisas, pode contribuir para socialização desses conhecimentos e o estímulo para que outras pessoas façam o mesmo. Além disso, esse conhecimento pode ser transmitido para as futuras gerações, que têm demonstrado maior sensibilidade para com a causa ambiental, finaliza.
A professora Luciana também coordena o projeto Práticas sustentáveis na agricultura: os usos da água pelos agroecologistas do Vale do Taquari - RS, realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), que ainda está em fase inicial.
Sustentabilidade em propriedades produtoras de leite
Na coordenação de pesquisas que visam à sustentabilidade, a professora doutora Claudete Rempel integra o PPGAD e o PPGSAS. O projeto Sustentabilidade em propriedades produtoras de leite analisou a sustentabilidade ambiental enfocando diferentes parâmetros, como dejetos, água, área de preservação permanente, queimadas, agrotóxicos, diversidade de culturas, reserva legal, erosão e declividade do solo. Também já analisamos, em algumas propriedades, a sustentabilidade econômica, lembra a professora. Nesse projeto, encontraram-se, nas 124 propriedades rurais do Vale do Taquari, 18 princípios ativos de diferentes agrotóxicos utilizados pelos agropecuaristas.
Atualmente a professora integra o time de docentes do curso de Medicina. Estamos avaliando a qualidade de vida dos produtores e também as relações entre as doenças ou problemas de saúde dessa população com os princípios ativos presentes nos agrotóxicos utilizados, conta. Há também a análise de problemas físicos ou de postura decorrentes das ações diárias envolvidas na atividade rural. Assim, são verificadas as possíveis ações fisioterapêuticas para melhoria dos sintomas de dor. Conforme Claudete, a qualidade de vida dos produtores, até o momento, está enquadrada pelos pesquisadores como boa, embora os aspectos físicos e sociais apresentem uma variação muito grande, uma vez que os produtores apontam que as atividades diárias com a produção de leite fazem com que eles tenham poucas oportunidades de lazer.
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