Com o objetivo de estimular a produção textual durante o período de isolamento social, o desafio Escritos da Quarentena contou com a participação de mais de 100 autores, de diversas idades e profissões. Os minicontos, poemas e haicais aprovados pela banca avaliadora podem ser encontrados no site univates.br/escritos-quarentena. Queremos registrar este momento de isolamento social por meio do poder das palavras, usar a arte e sensibilidade para marcar este período, ressalta a coordenadora do curso de Letras da Univates, professora Grasiela Kieling. O projeto é uma iniciativa do curso de Letras em parceria com a Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat).
O advogado Ney Arruda Filho teve seu miniconto A Falta publicado. Ele já foi professor e diretor do Centro de Ciências Humanas e Sociais da Univates, o que explica seu carinho pelos cursos da área de Humanas, especialmente o curso de Letras, o mais antigo da Instituição. Além disso, também é membro acadêmico da Alivat.
Eu não poderia ficar de fora, comenta. Atualmente, ele também escreve crônicas e poemas para jornais da região. Escrever ajuda sempre, assim como todas as formas de expressão artística, que se prestam à cura de diversos males. Escrevendo, a saudade ameniza, a angústia deixa o coração e repousa no papel, até a raiva se esvai, afirma.
Com 10 anos de idade, a estudante Isabela Ferreira também teve seu texto publicado. Intitulado Ironia, o arquivo com dois minicontos foi produzido depois de um convite que sua professora de português fez para que a turma participasse do projeto Escritos da Quarentena. Eu sempre gostei de escrever, mas foi uma surpresa ver que meus trabalhos foram escolhidos para publicação, comemora. A mãe de Isabela, professora Kari Lúcia Forneck, conta que a filha escreveu vários minicontos, de forma muito espontânea, mas escolheu submeter os dois textos que foram publicados. Também como sugestão de sua professora de português, a estudante agora mantém um diário.
O desafio Escritos da Quarentena oportunizou a voz para quem não tem lugar para dizer o que sente, explica a professora Kari. Para ela, o site compila produções muito bonitas, em poucas palavras, demonstrando o quanto as pessoas estão sensíveis neste momento de isolamento social.