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Boa notícia, Coronavírus, ODS

Pesquisadores do PPGBiotec participam de pesquisa sobre o coronavírus

Por Nicole Morás

Postado em 08/04/2020 15:33:52


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Tão rápida quanto a disseminação do novo coronavírus tem sido a produção de dados sobre o SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia de Covid-19. Pensando em transformar essas informações em conhecimento, pesquisadores de todo o mundo estão participando de pesquisas que buscam entender o microrganismo e, com isso, sugerir novos tratamentos e medidas de prevenção. No Brasil, uma dessas pesquisas está sendo coordenada pela Universidade do Vale do Taquari - Univates em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Professor do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) e coordenador da pesquisa, Luís Fernando Saraiva Macedo Timmers explica que a ideia surgiu a partir de uma conversa com amigos que, assim como ele, trabalham na área da bioinformática. “Quando começaram a sair as diversas notícias sobre o SARS-CoV-2, pensamos que seria uma boa oportunidade para aplicarmos as técnicas que utilizamos no nosso dia a dia da pesquisa para tentar compreender melhor o vírus”, afirma ele, que está iniciando a linha de pesquisa na área da bioinformática na Univates. 

Com auxílio da tecnologia, os pesquisadores poderão analisar 1.720 genomas do SARS-CoV-2. Timmers explica que foi obtido auxílio computacional da BioBam Bioinformatics Solutions para a utilização do software OmicsBox nas análises iniciais do projeto. Em curto prazo, os resultados poderão contribuir para melhor compreensão do comportamento do vírus.

Ou seja, se ele está mutando, se diferenciando, ou não, entre as diferentes regiões do mundo. Isso é importante porque assim poderemos observar se as taxas de letalidade entre as diferentes regiões podem estar relacionadas a mutações específicas no genoma do vírus. Conhecendo melhor o comportamento das proteínas virais nas diferentes regiões do mundo, poderemos propor quais delas seriam mais interessantes para o desenvolvimento de uma vacina
Luís Fernando Saraiva Macedo Timmers

A partir desses dados os pesquisadores poderão fazer a busca computacional por moléculas que apresentem potencial de interação com uma proteína viral específica e, em seguida, testar experimentalmente (contra o vírus SARS-CoV-2) para verificar a eficácia das moléculas propostas, contribuindo significativamente para a identificação de um novo tratamento.

Para isso, a professora Marcia Goettert, coordenadora do PPGBiotec, e os professores João Antonio Pêgas Henriques e Timmers irão trabalhar na prospecção de moléculas com potencial terapêutico, fornecidas pelo professor Stefan Laufer, da Universidade de Tübingen - Alemanha, com a qual a Univates mantém acordo de cooperação para pesquisa. Após a seleção dessas moléculas, ocorrerão as análises toxicológicas dos novos candidatos a fármacos, etapas que serão realizadas totalmente na Univates.

Além das análises, a infraestrutura dos Laboratórios de Biotecnologia e do Laboratório de Cultura de Células será importante para o desenvolvimento do trabalho. Se as atividades ocorrerem conforme o previsto, os primeiros resultados, relacionados aos experimentos de bioinformática, devem ser obtidos entre o final de abril e o início de maio deste ano.

Participam também da pesquisa os doutores Rafael Andrade Caceres e José Fernando Ruggiero Bachega, da UFCSPA; Leandro de Mattos Pereira, da UFRJ; e Luiz Augusto Basso, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Além da BioBam Bioinformatics Solutions e da Universidade de Tübingen, o projeto de pesquisa está sendo submetido a editais para a busca de recursos de diferentes fontes, como, por exemplo, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul  (Fapergs).

Saiba mais: Bioinformática

A bioinformática é uma área da ciência que usa técnicas computacionais para o estudo de dados biológicos. Isso permite que uma vasta quantidade de dados seja analisada de forma rápida e confiável, e ainda com custo muito menor.

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