Nesta terça-feira, 7 de abril, poderemos observar a superlua, fenômeno que ocorre quando o satélite natural atinge a posição mais próxima da Terra e chamado de perigeu. O instante da maior proximidade entre a Terra e Lua será às 15h10min, mas o fenômeno da superlua pode ser observado também à noite, quando também teremos a lua cheia. Para quem gosta de observar o céu, esses fenômenos são uma boa maneira de antecipar a comemoração do Dia Mundial da Astronomia, celebrado na quarta-feira, dia 8 de abril.
De acordo com a professora Sônia Gonzatti, no perigeu a visão da área lunar pode aumentar até 30%, porém, pela visão planificada do disco lunar, é possível ver o diâmetro da Lua apenas em torno de 14% maior. A órbita da Lua em torno do Sol dura em média 29,5 dias, por isso a divisão do calendário ocorre em meses com cerca de 30 dias. Como a órbita da Lua em torno do Sol não é um círculo perfeito, teremos momentos do ciclo lunar em que ela está mais perto da Terra. Quando coincide de a Lua estar no perigeu durante a lua cheia, acontece o fenômeno popularmente conhecido como superlua, que poderá ser observado no seu ápice hoje, explica.
A professora sugere que a Lua seja observada nas suas diferentes fases. Na fase minguante, quando a área da Lua iluminada pelo Sol está diminuindo a cada instante, a Lua nasce a partir da meia-noite e se põe próximo ao meio-dia. Já a fase crescente corresponde aos dias em que a área da Lua iluminada pelo Sol está aumentando a cada dia; nessa fase, a Lua nasce por volta do meio-dia e se põe à meia-noite. O quarto crescente ocorre exatamente quando um observador na Terra vê um quarto do disco lunar iluminado, como na foto de 2 de abril em Lajeado. Quando falamos em quarto minguante ou quarto crescente não podemos esquecer que sempre há meia esfera lunar sendo iluminada pelo Sol. Porém, devido à posição relativa entre Sol, Terra e Lua (em que a Terra está alinhada com o Sol e com a Lua, e esta e o Sol estão numa diagonal entre si), um observador situado na Terra verá apenas um quarto do disco lunar iluminado, esclarece.
Por volta do dia 20 de abril deve ocorrer o apogeu, momento em que a Lua estará no ponto mais afastado da Terra.
Para ver em casa
Na Univates, fenômenos como a superlua podem ser vistos com telescópios no Observatório de Astronomia, localizado no Prédio 12. Porém, em tempo de isolamento social, os fenômenos podem ser visualizados em casa com a ajuda de aplicativos como Sky Map, Starwalk ou Stellarium. Segundo a professora Sônia, eles permitem visualizar alguns astros e constelações de forma que é possível fazer um reconhecimento de alguns astros no céu.
Constelações
Entre a constelação de Touro e a de Gêmeos há a constelação de Órion, conhecida pelo seu cinturão formado pelas Três Marias, que é uma visão típica do céu de verão no Hemisfério Sul. Por isso, agora com o céu de outono, deixamos de ver Órion e passamos a ver a constelação de Escorpião à noite. No mês de abril, essas constelações estão a oeste, se pondo logo no início da noite.
Planetas visíveis
Em abril, ainda é possível ver Vênus na direção oeste, onde o Sol se põe. O planeta é o astro mais brilhante se olharmos para o céu na direção noroeste.
Marte, Saturno e Júpiter estão nascendo em torno da 1h, na direção leste, onde ficam visíveis. Em torno das 5h, esses planetas estão altos no céu e irão se pôr, no oeste, depois que o Sol nascer. Praticamente durante todo o mês de abril esses três planetas serão visíveis já bem altos no céu no amanhecer, a partir das 5h. Esses planetas seguem no céu até em torno das 13h, quando se põem no horizonte oeste, mas o espetáculo de observação encerra quando o dia amanhece, relata Sônia.
Na imagem, a configuração de Mercúrio (no horizonte leste), Marte, Saturno e Júpiter na madrugada de 10 de abril.
Vênus
No início do mês de abril (dias 2, 3 e 4,), na direção do poente, o planeta Vênus esteve em trânsito, isto é, passando exatamente na frente do Aglomerado das Plêiades, ou Sete Irmãs. Esse aglomerado fica abaixo de Aldebaran, a estrela mais brilhante da constelação de Touro, no entardecer. O site apod.Nasa.gov tem algumas interessantes sobre esse fenômeno.
Sobre Vênus, Sônia destaca que ele é mais conhecido como estrela dalva, porque nasce no alvorecer em certas épocas. Apesar da referência à estrela, trata-se de um planeta. Uma forma simples de diferenciar um planeta de uma estrela é observar por alguns dias. É visível a movimentação de planetas entre as estrelas, porque os planetas estão muito mais próximos da Terra (alguns milhões de quilômetros), enquanto as estrelas (exceto o Sol) estão muito mais afastadas (com distância de mais de 10 trilhões de quilômetros). Dez trilhões de quilômetros é o valor aproximado de um ano-luz, a distância que a luz percorre em um ano. Por isso, para objetos distantes, como estrelas, aglomerados ou galáxias, o uso dessa unidade é muito comum, finaliza.