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Meio Ambiente, ODS

Estudante da Univates realiza pesquisa com banco de sementes do solo

Por Matheus Giovanella Laste

Postado em 30/03/2020 09:02:19


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Estudante do curso de Ciências Biológicas da Univates, Jader Zeni, orientado pela professora Elisete Maria de Freitas, está realizando uma pesquisa que pode contribuir para a implantação de projetos de restauração da vegetação nas margens dos rios e arroios do Vale do Taquari. Natural de Marques de Souza, o acadêmico do 8º semestre explica que a ideia surgiu em setembro de 2018 quando alguns profissionais da área ambiental defendiam a ideia de que a sucessão ou regeneração natural seria uma excelente alternativa para a restauração da cobertura vegetal nas margens dos rios e arroios onde estivesse degradada.

De acordo com Zeni, a pesquisa denominada “Banco de sementes de solo em áreas degradadas de mata ciliar” objetiva verificar se as áreas desprovidas de mata nas margens do rio Forqueta (RS) têm potencial para a regeneração natural da cobertura vegetal. O banco de sementes do solo é formado pelas sementes de plantas que são encontradas no solo e em sua superfície. Sua existência possibilita a restauração da vegetação em um processo natural de sucessão. O estudante explica que o banco de sementes é uma importante fonte de conhecimento biológico sobre o histórico da vegetação local nas proximidades das margens dos rios e pode ser responsável por regenerar a floresta a partir da germinação das sementes.

A professora Elisete explica que a pesquisa partiu da necessidade de buscar a resposta a um questionamento que ela se fazia quanto à capacidade natural da restauração da cobertura vegetal. Então ela inseriu em seu projeto de pesquisa “Estudo de comunidades vegetais da Depressão Central do Rio Grande do Sul: riqueza florística, estrutura e potencialidades” o objetivo de caracterizar o banco de sementes do solo de áreas degradadas pela ação do homem. A partir desse estudo, e de outros semelhantes em andamento em outro rio, será possível definir a necessidade ou não da interferência humana no processo de sucessão natural de modo a garantir a adequada regeneração da vegetação. 

Elisete explica que, em termos gerais, os resultados até então obtidos servem de alerta para a situação da restauração natural da cobertura vegetal e confirmam o que já se suspeitava: quando muito degradados e sem formações preservadas nas proximidades, as áreas das margens dos rios não têm potencial para a sucessão natural, sendo necessária a adoção de ações para favorecer a restauração da vegetação. Essas ações seriam, no primeiro momento, o controle de espécies exóticas invasoras e o plantio de plantas pioneiras. O estudo também alerta para a necessidade de adotar ações que garantam a preservação desses ecossistemas, que fornecem inúmeros serviços ambientais

O interesse de Jader (e) pela pesquisa é fruto da possibilidade de analisar uma situação atual e tão problemática e contribuir para a sua solução. “É uma oportunidade de contribuir efetivamente para mudar uma realidade”, afirma. Ele ressalta que ter a chance de aprender a identificar as plantas faz com que o conhecimento adquirido seja enorme e único.

 

Para realizar a pesquisa foram escolhidas três áreas nas margens do rio Forqueta que estavam desprovidas de mata ciliar. Em cada uma delas, foram coletadas 30 amostras de solo compostas por uma camada superficial de 20 x 30 x 5 cm. As unidades foram distribuídas em bandejas individuais e mantidas em casa de vegetação com irrigação diária pelo período de um ano. Desde março de 2019, quando houve a montagem do experimento, é realizada semanalmente a conferência das plantas. 

“Esse processo consiste em identificar as plantas até o nível de espécie, aí são retiradas das bandejas, quantificadas e registradas em planilhas Excel conforme a área em que foi encontrada. São catalogados também o hábito (herbácea, arbusto, trepadeira ou arbórea), a função ecológica (pioneira ou tardia) e a origem (nativa, exótica ou exótica invasora). Com isso, ao finalizar o estudo e realizar as análises estatísticas adequadas, será possível avaliar o potencial de regeneração da cobertura vegetal de cada área estudada e conhecer a incidência de espécies exóticas invasoras que podem inviabilizar o processo de restauração”, explica Zeni.

O estudo deve ser concluído em dezembro de 2020, quando será possível enumerar as espécies que podem contribuir para a restauração natural da cobertura vegetal.

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