Natália Bottoni
Um estudo realizado na Univates em 2018 apontou que o teste rápido pode ser utilizado na busca de pacientes portadores de hepatite B ou C, mas a negatividade deste não proíbe o médico de realizar mais testes confirmatórios em casos de suspeita clínica. As acadêmicas do curso de Medicina da Univates, Isabela Borella da Silva, Melissa Sofia Dickel, Paula Aguiar Grandi e Stéphanie de Lemos Bonotto, desafiaram-se a pesquisar a prevalência de hepatites B e C com os pacientes do ambulatório de gastroenterologia do Centro Clínico da Instituição.
Em novembro, o vice-diretor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade, Roberto Reckziegel, apresentou o projeto na XVII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo e XXXVI Semana Panamericana de Las Enfermidades Digestivas, o maior evento da área da Gastroenterologia da América Latina, que ocorreu em São Paulo. Reckziegel orientou o trabalho, e as professoras de Endocrinologia, Marcia Murussi e Ângela Paveglio Teixeira Farias, apoiaram as estudantes.
Conheça a pesquisa
Tuane Eggers
Com o consentimento dos pacientes, as acadêmicas os entrevistaram e eles foram submetidos a testes rápidos para hepatites B e C por enfermeiras que receberam treinamento pela Secretaria de Saúde. No final da avaliação, os resultados foram analisados e comentados com os pacientes. O objetivo era fazer o diagnóstico precoce dessas doenças para, se necessário, ser feito imediatamente o tratamento.
O método utilizado no estudo foi o teste rápido, por ser sensível e ter menor custo. No entanto, o resultado foi inesperado. Um teste com alta sensibilidade raramente deixa de diagnosticar a enfermidade. Pode-se, em algumas situações, aceitar que ele seja falso positivo e posteriormente ter a confirmação por um teste padrão (ouro). Mas o que aconteceu foi o contrário.
Alguns pacientes apresentaram resultados negativos com os testes rápidos e positivos no teste laboratorial. A pesquisa aponta que o teste rápido pode ser utilizado na busca de pacientes portadores de hepatite B ou C, mas o resultado negativo não impede o médico de realizar mais testes confirmatórios em casos de suspeita clínica, principalmente em pacientes com fatores de risco para a doença, concluem as acadêmicas.
Para elas, realizar trabalhos na área de atuação aproxima-as da futura especialização e oferece uma visão mais ampla e real da gastroenterologia. Além disso, são experiências que agregam ao currículo. Acredito que essa pesquisa vai refletir na nossa conduta profissional quando atuarmos como clínicas gerais e também na área de gastroenterologia. Vamos cuidar para que os testes negativos não passem em branco sem antes ter certeza do resultado por meio de teste padrão e específico, afirma Isabela.