Todos os resíduos gerados precisam ter o destino correto. Na Universidade do Vale do Taquari - Univates, todos os resíduos gerados são destinados corretamente. Os resíduos orgânicos gerados pelos bares e restaurantes da Instituição são destinados para compostagem e os rejeitos encaminhados para a coleta pública municipal. Enquanto isso os demais resíduos gerados, com potencial para serem reciclados, passam por um processo de triagem. A Instituição tem um espaço específico para a realização deste trabalho, que foi ampliado de 70,00 m² para uma área de 518,49 m².
Com a construção do espaço, localizado ao lado do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), haverá um ganho na triagem dos resíduos. Além disso, o Prédio 26 da Universidade utilizou na sua concepção o conceito da racionalidade, não apenas nos serviços que irá abrigar, mas também no desenvolvimento da obra. O investimento da Univates é de R$ 1,5 milhão e deve entrar em funcionamento tão breve seja concedida a licença de operação.
Segundo o Engenheiro da Univates, Robledo Muller, a estrutura foi feita com blocos de concreto, possibilitando o descarte praticamente zero de materiais. O espaço também conta com um sistema de reaproveitamento de água, além de ventilação e iluminação natural.
A construção também conta com alguns diferenciais de conforto ambiental, como a utilização de telhas pré-pintadas em branco para maior conforto térmico, o que faz com que os raios solares sejam refletidos - assim a temperatura interna do local não aumenta.
Como já ocorria na antiga estrutura, no Complexo de Resíduos há um profissional responsável por realizar a triagem dos resíduos, de forma que todos os resíduos potencialmente recicláveis sejam triados e destinados corretamente. O profissional responsável pela triagem atua em uma cooperativa da região. Dessa forma, todos os resíduos triados e destinados geram lucros que são divididos entre os cooperados, contribuindo para a economia local.
O Complexo de Resíduos também tem espaço para o tratamento de resíduos com viés biológico, que é a aplicação de pesquisas realizadas na Univates. De acordo com o professor Odorico Konrad, isso será realizado por meio de dois processos. Um deles é anaeróbio, processo que tem a produção de biogás a partir de resíduos orgânicos, em que se tem possibilidades de avaliar os substratos utilizados para o processo, bem como as características do gás gerado e o biofertilizante como produto final.
O segundo sistema, aeróbio, será de compostagem, que tem a proposta de reaproveitamento dos resíduos orgânicos para aproveitamento de adubagem no campus. Konrad explica que, dependendo da característica dos extratos, o produto da compostagem poderá ser utilizado em canteiros e hortas.
O Complexo de Resíduos também conta com sistema de Wetland, em que o sistema de esgotamento sanitário contará com um sistema de Wetland, ou seja, sistemas naturais de tratamento de esgoto e diferenciam-se dos sistemas convencionais em relação à fonte de energia utilizada, pois usam fontes de energia renováveis para degradar a matéria orgânica e reciclar os nutriente. O sistema de polimento final do efluente será realizado com o uso de plantas aquáticas com a finalidade de melhorar ainda mais a qualidade do efluente de saída. Desta forma, as wetlands tornam-se uma opção importante, pois colocam os nutrientes como o fósforo e o nitrogênio nos seus ciclos naturais, preservando os ciclos da natureza.
O acesso ao Complexo de Resíduos será pela rua Bento Rosa, sendo interligado ao Tecnovates e à rua já existente no campus. O projeto foi realizado pela equipe do setor de Engenharia e Manutenção e a execução é realizada pela Construtora Previlege.
Oportunidade de aprendizado
A construção do Complexo de Resíduos foi a segunda obra da Univates que contou com a participação de voluntários dos cursos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas que puderam colocar em prática o que aprendem na sala de aula e também desenvolver habilidades profissionais. Entre as atividades, os estudantes envolvidos fizeram o preenchimento do diário de obra, no qual são listadas as atividades realizadas no dia, registraram o número de funcionários, relataram as ocorrências, fizeram registros fotográficos. Conforme o engenheiro Luis Fernando Weber, dessa forma os estudantes auxiliaram na conferência dos prazos e da qualidade da obra e no cumprimento do projetado. Também auxiliaram na elaboração de outros documentos de conferência, como realização de check list de atividades pendentes, acrescenta.
Uma das voluntárias foi Anna Laura Beneduzi, estudante de Engenharia Civil. Desde que iniciou os estudos ela tinha interesse em participar de um estágio na área. Por isso o objetivo ao ser voluntária no projeto foi a busca por conhecimento e a experiência que somente a graduação não proporciona. Foi meu primeiro estágio e contato direto com uma obra do início ao fim. Valeu muito poder ter acesso a todos os projetos, participar de reuniões e visitas a empresas fornecedoras. Essa experiência contribuiu em vários aspectos para a minha formação, pois convivi com profissionais de diversas áreas e pude aplicar e relacionar a teoria que é vista na universidade. Além disso, pude presenciar a solução de problemas e situações que só se vivencia na prática, afirma ela.
Colabore com a separação de resíduos
Todo o campus da Univates dispõe de lixeiras para resíduos potencialmente recicláveis, com sacos na cor azul, e não recicláveis (úmidos/rejeitos), com sacos pretos. Ao colocar corretamente os materiais nessas lixeiras, você contribui com o meio ambiente.
Resíduo sólidos secos (potencialmente recicláveis): devem ser descartados nas lixeiras com adesivos e sacos azuis. São exemplos de resíduos secos: papéis, papelão, plásticos, bandejas, copos de isopor etc. Esses resíduo são recolhidos, triados e destinados corretamente, gerando lucros.
Resíduo não recicláveis (úmidos/rejeitos): devem ser descartados nas lixeiras com adesivo marrom e sacos pretos. São exemplo de resíduos úmidos/rejeitos: papel toalha utilizado para secagem das mãos, restos de alimentos, guardanapos etc. Esses resíduos, por não possuírem um potencial de reaproveitamento, são destinados para a coleta pública municipal.