Racionalidade no conceito e na prática
Postado as 26/03/2019 08:55:23
Por Nicole Morás
Todos os resíduos gerados precisam ter o destino correto. Na Universidade do Vale do Taquari - Univates, todos os resíduos gerados são destinados corretamente. Os resíduos orgânicos gerados pelos bares e restaurantes da Instituição são destinados para compostagem e os rejeitos encaminhados para a coleta pública municipal. Enquanto isso os demais resíduos gerados, com potencial para serem reciclados, passam por um processo de triagem. A Instituição tem um espaço específico para a realização deste trabalho, que foi ampliado de 70,00 m² para uma área de 518,49 m².
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Com a construção do espaço, localizado ao lado do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), haverá um ganho na triagem dos resíduos. Além disso, o Prédio 26 da Universidade utilizou na sua concepção o conceito da racionalidade, não apenas nos serviços que irá abrigar, mas também no desenvolvimento da obra. O investimento da Univates é de R$ 1,5 milhão e deve entrar em funcionamento tão breve seja concedida a licença de operação.
Segundo o Engenheiro da Univates, Robledo Muller, a estrutura foi feita com blocos de concreto, possibilitando o descarte praticamente zero de materiais. O espaço também conta com um sistema de reaproveitamento de água, além de ventilação e iluminação natural.
A construção também conta com alguns diferenciais de conforto ambiental, como a utilização de telhas pré-pintadas em branco para maior conforto térmico, o que faz com que os raios solares sejam refletidos - assim a temperatura interna do local não aumenta.
Como já ocorria na antiga estrutura, no Complexo de Resíduos há um profissional responsável por realizar a triagem dos resíduos, de forma que todos os resíduos potencialmente recicláveis sejam triados e destinados corretamente. O profissional responsável pela triagem atua em uma cooperativa da região. Dessa forma, todos os resíduos triados e destinados geram lucros que são divididos entre os cooperados, contribuindo para a economia local.
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O Complexo de Resíduos também tem espaço para o tratamento de resíduos com viés biológico, que é a aplicação de pesquisas realizadas na Univates. De acordo com o professor Odorico Konrad, isso será realizado por meio de dois processos. Um deles é anaeróbio, processo que tem a produção de biogás a partir de resíduos orgânicos, em que se tem possibilidades de avaliar os substratos utilizados para o processo, bem como as características do gás gerado e o biofertilizante como produto final.
O segundo sistema, aeróbio, será de compostagem, que tem a proposta de reaproveitamento dos resíduos orgânicos para aproveitamento de adubagem no campus. Konrad explica que, dependendo da característica dos extratos, o produto da compostagem poderá ser utilizado em canteiros e hortas.
O Complexo de Resíduos também conta com sistema de Wetland, em que o sistema de esgotamento sanitário contará com um sistema de Wetland, ou seja, sistemas naturais de tratamento de esgoto e diferenciam-se dos sistemas convencionais em relação à fonte de energia utilizada, pois usam fontes de energia renováveis para degradar a matéria orgânica e reciclar os nutriente. O sistema de polimento final do efluente será realizado com o uso de plantas aquáticas com a finalidade de melhorar ainda mais a qualidade do efluente de saída. Desta forma, as wetlands tornam-se uma opção importante, pois colocam os nutrientes como o fósforo e o nitrogênio nos seus ciclos naturais, preservando os ciclos da natureza.
O acesso ao Complexo de Resíduos será pela rua Bento Rosa, sendo interligado ao Tecnovates e à rua já existente no campus. O projeto foi realizado pela equipe do setor de Engenharia e Manutenção e a execução é realizada pela Construtora Previlege.
Oportunidade de aprendizado
A construção do Complexo de Resíduos foi a segunda obra da Univates que contou com a participação de voluntários dos cursos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas que puderam colocar em prática o que aprendem na sala de aula e também desenvolver habilidades profissionais. Entre as atividades, os estudantes envolvidos fizeram o preenchimento do diário de obra, no qual são listadas as atividades realizadas no dia, registraram o número de funcionários, relataram as ocorrências, fizeram registros fotográficos. Conforme o engenheiro Luis Fernando Weber, dessa forma os estudantes auxiliaram na conferência dos prazos e da qualidade da obra e no cumprimento do projetado. “Também auxiliaram na elaboração de outros documentos de conferência, como realização de check list de atividades pendentes”, acrescenta.
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Uma das voluntárias foi Anna Laura Beneduzi, estudante de Engenharia Civil. Desde que iniciou os estudos ela tinha interesse em participar de um estágio na área. Por isso o objetivo ao ser voluntária no projeto foi a busca por conhecimento e a experiência que somente a graduação não proporciona. “Foi meu primeiro estágio e contato direto com uma obra do início ao fim. Valeu muito poder ter acesso a todos os projetos, participar de reuniões e visitas a empresas fornecedoras. Essa experiência contribuiu em vários aspectos para a minha formação, pois convivi com profissionais de diversas áreas e pude aplicar e relacionar a teoria que é vista na universidade. Além disso, pude presenciar a solução de problemas e situações que só se vivencia na prática”, afirma ela.
Colabore com a separação de resíduos
Todo o campus da Univates dispõe de lixeiras para resíduos potencialmente recicláveis, com sacos na cor azul, e não recicláveis (úmidos/rejeitos), com sacos pretos. Ao colocar corretamente os materiais nessas lixeiras, você contribui com o meio ambiente.
Resíduo sólidos secos (potencialmente recicláveis): devem ser descartados nas lixeiras com adesivos e sacos azuis. São exemplos de resíduos secos: papéis, papelão, plásticos, bandejas, copos de isopor etc. Esses resíduo são recolhidos, triados e destinados corretamente, gerando lucros.
Resíduo não recicláveis (úmidos/rejeitos): devem ser descartados nas lixeiras com adesivo marrom e sacos pretos. São exemplo de resíduos úmidos/rejeitos: papel toalha utilizado para secagem das mãos, restos de alimentos, guardanapos etc. Esses resíduos, por não possuírem um potencial de reaproveitamento, são destinados para a coleta pública municipal.