A noite desta segunda-feira,13, foi de reflexão no Teatro Univates por meio de relatos de participantes da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). A palestra, promovida pela Câmara Júnior Internacional (JCI) de Lajeado e pela Univates, analisou os reflexos de graves crises humanitárias na saúde das pessoas afetadas. Na oportunidade compartilharam suas vivências o internacionalista Samuel Johann, a administradora Verônica Erthal e a engenheira e arquiteta Katrin Van Camp.
Uma das perguntas que mais me fazem é a respeito da possibilidade de eu conhecer diferentes países e culturas. Na verdade, fazemos um trabalho para pessoas que estão passando por uma crise. Isto é o mais importante: olharmos para essas pessoas. Se eu fico doente ou há uma guerra armada, sou evacuado e colocado no primeiro avião de volta para o Brasil, mas as pessoas que estão lá não possuem escolha. É para isso que gostaria de chamar a atenção, destaca Johann ao citar as dificuldades passadas pelas comunidades atendidas em países da África e Ásia.
A busca por um propósito e a vontade de contribuir mais ativamente com o mundo são o que unem as três histórias apresentadas. Abandonei uma empresa privada de Tecnologia da Informação onde trabalhei por sete anos. Uma das principais motivações foi voltar toda a energia dedicada para algo que atingisse mais pessoas e com mais intensidade, conta Verônica. Já entre os maiores aprendizados, os relatos demonstram a quebra de paradigmas. Antes de trabalhar com a MSF eu tinha preconceito com alguns lugares do mundo e para mim foi muito importante enfrentar isso. Quando ocorre um conflito a primeira coisa que acontece é a dificuldade de acesso à saúde. Tudo para. E quem sofre com isso é a população, reflete Johann.
Os palestrantes abordaram ainda o humanismo como opção de carreira para profissionais de diferentes áreas e contextualizaram epidemias e conflitos armados dos países atendidos. Quem também esteve presente dividindo a experiência foi a belga Katrin, que trabalha com a logística da MSF. Sempre viajei muito. Gostava de conhecer outras culturas, mas sentia falta de ajudar as comunidades as quais visitava, conta. Em inglês, a engenheira e arquiteta explicou sobre as funções realizadas, como o fornecimento de suprimentos e medicamentos, a construção de hospitais e a preparação de comidas para pacientes. É um trabalho interessante e desafiador, declara.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail secretaria@jcilajeado.org.br.