As tecnologias oferecem condições para novos modos de construir a opinião pública, de fazer política e de exercer a cidadania individualmente e em coletivos formados por pessoas que necessariamente não se conhecem pessoalmente, mas que têm em comum objetivos ou ao menos preocupações. Esse é um dos pressupostos do projeto de pesquisa “Práticas ambientais e redes sociais: comunicação e cidadania”, coordenado pela professora doutora Jane Mazzarino, e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates.
No artigo “Comunidade Crise d’água em São Paulo: mediações protagonizadas pela sociedade civil não organizada no Facebook”, apresentado no XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), na última semana, na Universidade de São Paulo (USP), o estudo focou a participação de membros na comunidade virtual com o objetivo de investigar protagonismos midiáticos da sociedade civil não organizada. O estudo analisou os usos da mídia quando os grupos não necessitam passar pelos constrangimentos das organizações jornalísticas para publicar suas pautas.
De acordo com Jane, o estudo mostra possibilidades de participação social de diferentes internautas na rede social o Facebook. Apesar de o grupo focar a crise hídrica paulista, o espaço também permitiu o debate acerca de política, brigas partidárias e interesses individuais. “Os graus e modos de participação na comunidade são bastante variáveis: alguns membros, durante os períodos de coleta, não postam, curtem ou comentam. A interação fica centralizada em poucos membros. E estes focaram suas postagens mais em uma postura de descontentamento e crítica do que no apontamento de soluções ou mobilizações”, analisa a professora.
As redes sociais possibilitam que demandas da sociedade civil não organizada sejam midiatizadas com menor manipulação. “No entanto, mesmo assim, o grupo não conseguiu assumir um protagonismo nas questões de debate ambientais. Os debates na comunidade foram agendados pelos canais hegemônicos, o que se misturou a postagens próprias, as quais não se distanciaram muito das mídias tradicionais”, constata a pesquisadora.
O artigo foi realizado com coautoria de Rodrigo Müller Marques e Marina Antunes Martini, que integram o Grupo de Pesquisa. Conforme Marques, a apresentação da pesquisa no congresso foi uma boa oportunidade para observar as produções realizadas em outras instituições do país, vivenciar a experiência de um congresso e publicar a produção que é feita na Univates.
Inscrições abertas
Até a próxima sexta-feira, dia 16, o Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates recebe inscrições para 20 vagas de mestrado e 10 vagas de doutorado. A área de concentração do PPGAD é em Espaço, Ambiente e Sociedade, com as linhas de pesquisa em Tecnologia e ambiente; Espaço e problemas socioambientais; e Ecologia. Mais informações sobre o PPGAD podem ser obtidas em www.univates.br/ppgad ou pelo e-mail ppgad@univates.br.
