Corrida, saltos, lançamentos e arremessos. O atletismo é o esporte mais antigo dos jogos. É disputado desde a primeira edição na Grécia Antiga, em 776 a.C, e hoje é o esporte que distribui o maior número de medalhas: são 141, sendo 47 de ouro. Nas provas no Rio de Janeiro, o esporte pode consagrar definitivamente Usain Bolt. O raio, como é conhecido o jamaicano, pode se tornar o primeiro corredor a conquistar o tricampeonato em três provas: os 100m e 200m rasos e o revezamento 4x100m.
O atleta já levou o ouro nos 100m rasos no domingo, 14, e nesta terça-feira disputa os 200m rasos. Prestes a completar 30 anos, Bolt poderá fechar a marca inédita do “triplo-triplo” na próxima sexta, dia 19, às 22h35min, horário da final do revezamento 4x100m. “Bolt é um atleta diferenciado. É um fenômeno no nível de Ronaldo, Ronaldinho e Messi no futebol. Um cara como esses surge a cada 40, 50 anos só”, comenta o técnico da Associação de Atletismo dos Vales (AAVA), Diego Konrad, que lembra que a maioria dos torcedores assistem ao atletismo por causa do jamaicano.
Escândalo do doping
Diferente de Bolt, a russa Yelena Isinbayeva não poderá lutar pelo tri no Rio. A estrela do salto com vara e seus compatriotas foram excluídos desta edição dos Jogos Olímpicos depois que a Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) revelou um esquema estatal de dopagem, centrado no atletismo.
“Tem que haver uma punição dura. Era um sistema de dopagem sustentado pelo governo. Não era um caso isolado”, defende Konrad, que acredita que, com a suspensão, várias provas estão em aberto. “Abrem para outros países as chances de medalhas, havendo uma lacuna em algumas provas em que os russos eram favoritos.”
Uma dessas lacunas, espera Konrad, pode ser aproveitada por Fabiana Murer no salto com vara — prova de Isinbayeva. A russa e a brasileira formam a maior rivalidade na modalidade há pelo menos uma década. Nesse período, a russa ganhou sete mundiais e dois ouros em Olimpíadas, enquanto a brasileira foi campeã dos Mundiais de Doha-2010, no Catar, e em Daegu-2011, na Coreia do Sul.
Formação no Vale
Na região, crianças e adolescentes que queiram praticar o esporte têm a opção de atuar pela AAVA. A equipe conta com cerca de 50 atletas, entre 9 e 17 anos. Desde abril, após firmar parceria com a Univates, a AAVA treina na pista atlética do Complexo Esportivo da Instituição. “A intenção é nos firmarmos como referência nas categorias de base no Estado e revelar atletas”, explica o treinador, Diego Konrad.
Os resultados dessa parceria já começaram a ser colhidos. Em julho, no Troféu Lajeado de Atletismo, a AAVA foi destaque na competição que reuniu cerca de 400 atletas de todo o Estado. No total, a equipe conquistou 24 medalhas, sendo 12 de ouro, quatro de prata e oito de bronze.
Com a Olimpíada no Rio de Janeiro, Konrad espera que jovens busquem equipes como a AAVA para praticar o atletismo. “Após o término dos jogos, acredito que haverá um retorno para o esporte, que a Olimpíada irá sensibilizar as crianças.”
Pista atlética
O atletismo não é só para esporte de alto rendimento. Pode ser praticado para a saúde e o bem-estar. Na Univates, professores, alunos, funcionários e usuários do programa Univates & Você podem utilizar a pista atlética do Complexo Esportivo. A pista é exclusiva para a prática de corrida e caminhada e, para utilizá-la, é necessário o cartão institucional da Univates. Desde sua inauguração, em novembro de 2014, já ocorreram cerca de 11 mil acessos à pista.
Texto: Tiago Silva
