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Um recomeço para vítimas da violência

Por Elise Bozzetto

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A Lei Maria da Penha prevê o atendimento integral às mulheres em situação de violência. Mas tirar a legislação do papel ainda é um desafio que precisa ser superado. As vítimas acabam percorrendo um caminho fragmentado e cheio de dificuldades em busca da justiça, deparando-se com problemas de transporte, repetição de relatos e violência institucional, sendo atendidas muitas vezes por profissionais pouco sensibilizados que reproduzem as discriminações contra a mulher nos serviços de atendimento.
 
O caminho para sair da situação de violência é árduo e o apoio é fundamental. O Serviço de Assistência Jurídica da Univates (Sajur) faz a defesa gratuita de vítimas de violência pela Lei Maria da Penha. Sensibilizados com as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, que em muito transcendem a questão legal, os profissionais do Sajur desenvolveram em parceria com o curso de Psicologia da Univates um projeto para acolher, apoiar e dar suporte às mulheres na continuidade de sua luta pela liberdade. 
 
O Projeto Recomeçar, assim batizado pelo grupo de mulheres que dele participa, foi criado em 2014, por meio do projeto de extensão “Ações de Suporte à Lei Maria da Penha”. Vinculado ao Sajur, o projeto é realizado pelas disciplinas de estágio do curso de Psicologia da Univates. Todas as semanas, um grupo de estagiárias faz a mediação do encontro de mulheres em situação de violência doméstica. Até hoje, cerca de 80 mulheres já contaram suas histórias, apoiaram-se e encontraram no grupo um recomeço para suas vidas.
 
As estudantes Geni Inês Antoniazzi e Ana Maria Kist, ambas do 8º semestre do curso de Psicologia, admiram a autonomia que o grupo desenvolveu. “Foi de fato um recomeço para essas mulheres. Elas viraram grandes protagonistas. Hoje no grupo elas sabem discernir quando uma precisa falar mais que a outra, a rede de apoio que se formou foi fundamental e de grande crescimento para todas”, comenta Geni. O grupo também formou diversas militantes pelo fim da violência. “Muitas mulheres que conseguiram sair da violência hoje são porta-vozes da busca pela justiça. Ministram palestras, participam de entidades, dão suporte às novas ingressantes quanto aos caminhos a serem percorridos, serviços que funcionam e os que não funcionam também”, relata Ana. 
 
Mas o começo, como qualquer começo, foi dolorido. “No início há resistência, medo, vergonha da fala. Em contrapartida, os vínculos que vão sendo estabelecidos no grupo, a confiança, tornam essas mulheres uma verdadeira rede de apoio”, enfatiza Geni. “Elas aprendem a se respeitar e a respeitar a trajetória de cada uma, o que fortalece e enriquece o grupo, gerando autonomia. Esse estágio me mostrou como é importante escutar e ter respeito pela história de cada um”, revela Ana. 
 
Para as estudantes, não há uma solução pronta e a intervenção que o curso faz é importante para a própria formação. Há, sim, uma mediação, uma escuta, um espaço para que o apoio parta do próprio grupo. “Não há uma solução pronta, é construída com elas uma ressignificação das experiências de cada uma”, finaliza Geni.
 
O grupo reúne-se todas as terças-feiras, das 14h30min às 15h30min, nos períodos de março a junho e de agosto a dezembro. Os encontros são realizados na sede do Sajur, em Lajeado (avenida Benjamin Constant, 2718, bairro Florestal). Pode participar a comunidade atendida pelo Sajur e pela rede de serviços. As mulheres acolhidas podem levar seus filhos, pois o Sajur conta com um espaço lúdico para as crianças.
 
Como você pode ajudar: as mulheres que passam por situações de violência e participam do grupo recebem atestados de participação para validarem em suas empresas. O atendimento é feito somente durante o dia, período no qual a maioria das mulheres participantes trabalha. Incentive as empresas a aceitarem o atestado para validar essa uma hora de encontro.
 
Mais informações podem ser obtidas de terça a quinta-feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min, pelo telefone (51) 3714-7038 ou pelo e-mail sajur@univates.br.
 
 
Dados da violência contra a mulher
 
18% das agressões contra mulheres aconteceram em sua própria residência.
Fonte: IBGE, 2009.
 
Três a cada cinco mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos.
Fonte: Data Popular/Instituto Avon, 2014.
 
56% dos homens admitem que já cometeram alguma destas formas de agressão: xingou, empurrou, agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de casa, obrigou a fazer sexo.
Fonte: Data Popular/Instituto Avon, 2013.
 
Nos 10 primeiros meses de 2015, do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher:
- 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (49,82%);
- 19.182, de violência psicológica (30,40%).
 
Dos atendimentos registrados em 2014, 77,83% das vítimas tinham filhos, dos quais 80,42% presenciaram ou sofreram a violência com as mães.
Fonte: Ligue 180.
 
Texto: Elise Bozzetto
 

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