A microcefalia tem ganho amplo destaque na mídia em função dos casos associados à transmissão pelo zika vírus. No Brasil, já são mais de cinco mil crianças nascidas com a doença, cuja consequência mais grave é a interrupção do crescimento cerebral, ocasionando um perímetro cefálico menor ou igual a 31 cm no nascimento. Conforme a coordenadora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e da Pós-graduação lato sensu em Ações de Estimulação Precoce, doutora Magali Grave, a microcefalia implica em uma redução no número de neurônios. “O sistema nervoso é o primeiro a ser formado intraútero, por isso quanto mais cedo a grávida tem contato com o agente causador, maior será o dano ao sistema nervoso encefálico do bebê”, explica ela.
Magali acrescenta que o desenvolvimento das habilidades psicomotoras são resultadas de características inatas da criança, bem como da estimulação do meio no qual ela está inserida. “No caso de bebês microcéfalos, assim como portadores de determinadas síndromes, quanto antes houver o diagnóstico e a estimulação precoce, maiores serão as contribuições para o desenvolvimento da criança”, afirma.
Para que a estimulação possa ocorrer precocemente, a especialização Ações de Estimulação Precoce da Univates busca a formação diferenciada de profissionais das áreas da saúde e da educação, capacitando-os a avaliar, acompanhar e intervir precocemente na estimulação de crianças de zero a quatro anos que estejam em condições de risco ou apresentem atraso no desenvolvimento psicomotor.
Conforme Magali, o curso está em sua quinta edição e a primeira que ocorre na modalidade a distância e com a realização de três encontros presenciais, nos quais os alunos farão a avaliação de crianças com desenvolvimento normal e atípico a fim de construir instrumentos de sondagem que facilitem o conhecimento das habilidades a serem adquiridas nas diferentes fases do desenvolvimento infantil.
“Veremos como se dá o desenvolvimento a partir de um olhar global e holístico, considerando os aspectos cognitivo, linguístico, motor e afetivo”, acrescenta ela. Além do diagnóstico de microcefalia, o curso aborda as manifestações clínicas de síndromes genéticas e neurológicas, espinha bífida e má-formação encefálica decorrente de doenças como toxoplasmose e rubéola, dentre outras
Saiba Mais
A proposta da especialização em Ações em Estimulação Precoce é única no Estado do Rio Grande do Sul e vai ao encontro da política de inclusão do Governo Federal e do Ministério da Educação. O curso será realizado na modalidade a distância, com o total de 388 horas. A estrutura curricular é dividida em dois módulos, contemplando abordagens sobre assuntos como relações parentais e construção de afetos, tecnologia assistiva e protocolos de avaliação.
O curso ocorre no segundo semestre e as inscrições podem ser realizadas pelo site www.univates.br/pos-graduacao. Mais informações podem ser obtidas com a Secretaria de Pós-Graduação e Pesquisa, sala 115 do Prédio 1, pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5412, ou pelo e-mail posgraduacao@univates.br.
Texto: Nicole Morás
