Envolvendo estudantes do ensino fundamental de uma escola de Arroio do Meio (RS), um projeto vinculado aos
Programas de Pós-Graduação em Ensino (PPGEnsino) e
Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas (PPGECE) da Univates buscou trabalhar estratégias de ensino em sala de aula e dar suporte à elaboração de projetos de pesquisa. Iniciada em novembro de 2014, a iniciativa consistiu em encontros entre professores e alunos, nos quais foram sugeridas e analisadas novas metodologias para a aprendizagem.
O projeto de pesquisa foi executado com duas turmas da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Caetano, uma do 7º e outra do 9º ano. Seis estudantes foram convidados a participar como Bolsistas de Iniciação Científica Júnior (BICJr), reunindo-se semanalmente na Univates com as professoras de ciências de cada turma, Patrícia Kroth e Fernanda Cornelius. Em conjunto, houve a problematização de questões que envolviam sala de aula. “Nosso objetivo era trazer sugestões que tornassem o aluno mais ativo. Nos primeiros encontros os bolsistas e as professoras estavam mais contidos. Depois percebemos um relato reflexivo, formas de trabalho eram expostas, aplicadas e, depois, os resultados eram relatados”, explica a coordenadora do projeto, intitulado “Metodologias ativas de ensino e aprendizagem na educação básica, buscando a iniciação à pesquisa”, Andreia Guimarães.
Raiani Eduarda Sander foi uma dos seis BICJr participantes. Ela afirma que a experiência, que envolveu técnicas como peer instruction, aulas experimentais e GV/GO, ajudou na hora de absorver o conteúdo. “Muitos dos alunos que tinham dificuldade em aprender de uma só forma conseguiram entender o assunto graças às diferentes maneiras usadas para explicá-los. A atividade que mais gostávamos era a elaboração do mapa conceitual, em que pesquisávamos sobre o que era passado e desenvolvíamos um esquema do nosso jeito”, conta.
Conforme Andreia, o trabalho realizado tornou os alunos participantes mais críticos e autônomos. “Com essa liberdade que tinham para trabalhar em sala de aula, os estudantes conseguiram desenvolver projetos de pesquisa. Os resultados disso foram visíveis, eles se apresentaram em eventos científicos como a Mostra de Ensino, Extensão e Pesquisa (Meep), 5ª Feira de Ciências e Salão de Iniciação Científica, Tecnológica e de Inovação (Sicti)”, comenta lembrando a boa classificação das turmas na 5ª Feira de Ciências da Univates.
A coordenadora do projeto de pesquisa ressalta, ainda, que o trabalho realizado incentivou os estudantes e as professoras. “No início percebemos muita resistência. Os estudantes estão acostumados a ganhar tudo pronto. Em vez de procurar um texto, queriam ele em mãos. Aos poucos a mudança foi ocorrendo, buscaram informações em sites confiáveis indicados pelos professores, em livros online e artigos”, lembra. Com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), o projeto de pesquisa foi enquadrado no edital Picmel/Fapergs.
Texto: Ana Amélia Ritt