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Pesquisa estuda espacialidades sociais e territoriais Kaingang

Por Ana Amélia Ritt

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As espacialidades sociais e territoriais Kaingang foram base de estudo da pesquisa de mestrado da diplomada em História da Univates Emeli Lappe. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), Emeli estudou a relevância das espacialidades sociais e territoriais para os Kaingang localizados em contextos urbanos dos rios Taquari-Antas e Sinos e o modo próprio de territorialização. A pesquisa, iniciada em 2010 no seu trabalho de conclusão de curso, teve continuidade nos últimos anos focada nas terras indígenas Foxá, localizada em Lajeado, e Por Fi Gâ, em São Leopoldo. 
 
No Rio Grande do Sul, há oito terras Kaingang que, juntas, formam o “grande território”. Dessas, três estão presentes no Vale do Taquari: em Lajeado, Estrela e Tabaí. “Na nossa sociedade, temos a marcação por meio de limites. Para a coletividade Kaingang, não há fronteiras e limites estanques, pois tudo faz parte do grande território Kaingang”, explica Emeli.
 
O trabalho intitulado “Espacialidades sociais e territoriais Kaingang: terras indígenas Foxá e Por Fi Gâ em contextos urbanos dos rios Taquari-Antas e Sinos” foi defendido no dia 18 de dezembro de 2015. Conforme a pesquisadora, as duas terras indígenas foram escolhidas por estarem localizadas em centros urbanos e em duas bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul, além de os Kaingang das duas terras possuírem laços de parentesco. “A pesquisa torna-se relevante, ainda, pelo fato de os Kaingang considerarem esses espaços territoriais como parte do território de origem”, completa. Entre as semelhanças destacadas entre a Foxá e a Por Fi Gâ estão o artesanato (feito com cipó e taquara), o fato de os indígenas falarem a língua materna, o Kaingang, e o papel das lideranças políticas, mas diferenciam-se na questão da escola. “Na terra indígena de São Leopoldo, há uma escola estadual Kaingang, do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Em Lajeado, os Kaingang estudam em uma escola pública e, à tarde, as crianças têm aula em uma casinha da comunidade, onde aprendem a cultura e a escrita Kaingang”, conta.
 
Emeli ressalta que a sociedade Kaingang mantém-se convicta na revitalização e manutenção dos seus traços culturais e na busca por melhorias na sua qualidade de vida. Segundo ela, uma sociedade multicultural, como é a brasileira, tem que aprender a compreender essas diversidades. “Sabemos que a ocupação Kaingang nas cidades de Lajeado e de São Leopoldo é anterior à colonização europeia e de seus descendentes. Dessa forma, percebe-se que os Kaingang residentes nas terras indígenas Foxá e Por Fi Gâ fizeram suas movimentações para a cidade por elas terem sido erguidas em seus territórios tradicionais. Além disso, sem a mata e a caça com as quais sobreviviam, os Kaingang precisaram vir para as cidades vender seu artesanato para sua subsistência e de sua coletividade”, explica Emeli. A mestra pelo PPGAD destaca ainda que, na sociedade não indígena, o preconceito diante dos Kaingang é forte, e mesmo inseridos em contextos urbanos, os Kaingang mantêm os costumes, a língua Kaingang e são protagonistas de suas histórias. “Na cidade, os Kaingang almejam melhores oportunidades de acesso à saúde e à educação, a sustentabilidade econômica e a oportunidade de comercializarem seu artesanato, que representa acima de tudo a continuidade cultural”, afirma.
 
Texto: Ana Amélia Ritt

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