Além de gerenciarem seus próprios empregos, os empreendedores podem gerar novas vagas de trabalho que melhorem a condição social e promovam o desenvolvimento de sua comunidade ou região. É pensando nisso que a Univates desenvolve diversas iniciativas para incentivar ações nessa área, como o Núcleo de Empreendedorismo, que começa a ganhar forma e será lançado, oficialmente, no início de 2016.
À frente do projeto, o professor Sandro Faleiro destaca que a ideia é coordenar estímulos para desenvolver uma cultura que promova o empreendedorismo. “Desejamos que aumentem os esforços para levarmos adiante projetos ótimos que, muitas vezes, são colocados na gaveta e esquecidos”, analisa ele, referindo-se a projetos de sala de aula que poderiam gerar inovação, emprego e renda, mas não são implementados por falta de conhecimento ou de oportunidade. “O núcleo está sendo pensado para ser um ambiente que favoreça o empreendedorismo e a inovação e para aproveitarmos oportunidades como a Inovates e o Tecnovates”, explica.
Uma iniciativa que teve início neste semestre é a articulação de áreas distintas por meio da integração entre turmas, como a turma de Empreendedorismo do professor Antônio Carlos Diel e a turma de Design para Meios Digitais, do professor Rodrigo Brod. Durante cinco aulas, os estudantes trabalharam juntos de forma que os alunos de Empreendedorismo pudessem avaliar a viabilidade dos projetos propostos pela turma de Design.
"A disciplina de Design para Meios Digitais busca constante atualização, motivada pela evolução tecnológica que modifica, de maneira cada vez mais rápida, o modo como as pessoas interagem com seus dispositivos. Dessa forma, o contexto da disciplina deixou de privilegiar aspectos muito técnicos, que se tornam obsoletos de um ano para outro, para trabalhar a relevância dos projetos e sua conexão com as necessidades humanas. Aproximar a disciplina do Empreendedorismo favorece esse contexto, porque faz os estudantes considerarem também a viabilidade comercial dos seus projetos e o impacto que podem causar na sociedade”, analisa Brod.
Para o próximo ano, uma das novidades será um concurso de inovação, direcionado para a comunidade acadêmica e para alunos de Ensino Médio. “O foco será em ideias inovadoras e os projetos não precisam, necessariamente, ser colocados em prática”, adianta Faleiro.
Empreendedorismo social
Com o objetivo de envolver os acadêmicos em causas sociais ou ambientais, promovendo a prática da cidadania, a disciplina de Empreendedorismo propõe a realização de diferentes atividades a cada semestre. “Temos um concurso que premia o grupo que se destaca na realização de uma atividade de cunho social. Só neste semestre são 60 grupos”, afirma Faleiro.
A aluna Júlia Kretschmann e seu grupo são um exemplo. Eles realizaram, neste semestre, o projeto Participar é Viver, com ações no Projeto Saber Viver, do Centro de Referência da Assistência Social de Cruzeiro do Sul, que atende crianças de seis a 12 anos em situação de vulnerabilidade social e que apresentam fragilização dos vínculos familiares e comunitários. O grupo realizou melhorias em espaços do projeto, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social das crianças. “Esse projeto foi mais que uma disciplina, foi aprendizado, foi oportunidade de novas experiências e possibilidade de melhorar a vida dessas crianças”, afirma Júlia representando seu grupo.
Sobre as lições da atividade para o entendimento do empreendedorismo, Júlia acrescenta que ela e os colegas compreenderam que, para ser empreendedor, é preciso dedicação, iniciativa e muito trabalho para alcançar as metas e os objetivos, e, principalmente, trabalho em equipe, pois sem o engajamento e a união do grupo eles não teriam conseguido concluir o projeto.
Texto: Nicole Morás
Esta matéria faz parte da edição de novembro do Jornal Univates. Confira
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