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Pesquisa investiga controle biológico de pragas por fungos

Por Tuane Eggers

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Os fungos estão entre os principais organismos decompositores que auxiliam na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Quando pensamos nesses pequenos seres, é comum lembrarmos dos problemas que eles podem causar em nossa rotina. No entanto, eles também podem ser muito benéficos para diversas finalidades – entre elas, o controle biológico de pragas, para a diminuição do uso de pesticidas químicos. É com esse objetivo que atua o grupo de pesquisa coordenado pelo professor doutor Walter Beys da Silva, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Univates (PPGBiotec).

A pesquisa conduzida pelo professor ocorre na área de prospecção de microrganismos para controle de pragas e na caracterização molecular desse processo. Conforme o pesquisador, uma das grandes frentes do estudo é o controle biológico, prospectando, principalmente, fungos filamentosos para o controle de pragas de interesse sanitário, como baratas e mosquitos, e de interesse agropecuário, como o inseto manchador do algodão e o carrapato bovino.

De acordo com Beys da Silva, o que está sendo feito agora é estabelecer diversos modelos de artrópodes-praga para testar os fungos isolados. Para isso, modelos de pragas e fungos com potencial biocontrolador estão sendo isolados do ambiente, sendo muitos coletados na própria área do campus. A outra frente da pesquisa é a caracterização molecular do processo de infecção que esses microrganismos causam nas pragas.

“Se entendermos melhor o processo, poderemos realizá-lo com mais eficácia, pois um grande entrave hoje é que os agentes biocontroladores podem demandar mais tempo que os pesticidas químicos para efetivamente controlar as pragas. Por outro lado, os biocontroladores não geram resistência como os químicos e atualmente temos pragas, como algumas cepas de carrapato bovino aqui no RS, que são resistentes a todos pesticidas químicos disponíveis no mercado”, explica o pesquisador. A equipe também realiza a identificação e a caracterização de genes e suas proteínas correspondentes envolvidas nesse processo de infecção das pragas.

O grupo de pesquisa envolve estudantes do curso de Ciências Biológicas e do mestrado em Biotecnologia da Univates, além dos professores pesquisadores Lucélia Santi, Raul Sperotto e Hamilton Grillo. Além disso, o estudo conta com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Universidade de Cuiabá, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do The Scripps Research Institute, dos Estados Unidos. “É um trabalho que envolve muita gente, visando ao cumprimento dessas diversas etapas”, comenta Beys da Silva.

A colaboração ocorre no âmbito da troca de informações e na utilização de estrutura dos laboratórios. Conforme o professor, já foram feitos alguns testes que apresentaram bons resultados. Já foram identificados mais de 300 novos genes/proteínas potencialmente envolvidos no processo de infecção do carrapato bovino e do inseto manchador do algodão. Além disso, cerca de 50 fungos já foram isolados com potencial biocontrolador aqui da região do Vale do Taquari e serão identificados molecularmente e testados para diversas pragas. “Se conseguirmos reduzir parcialmente, ou mesmo totalmente, a carga de pesticidas químicos, é um ganho imensurável para o meio ambiente”, ressalta Beys da Silva.

Um exemplo de praga que o grupo já comprovou que pode ser controlada biologicamente por um fungo é a aranha marrom – Loxosceles sp. Causadora de milhares de acidentes no Brasil e no mundo, a aranha marrom é considerada uma praga urbana e pode ser controlada biologicamente pelo fungo Metarhizium anisopliae.

O pesquisador comenta que sua pesquisa pode render patentes de produtos e de estratégias de uso. Esse é um dos objetivos do PPGBiotec: levar todo o conhecimento acadêmico para a o desenvolvimento de tecnologias. “Aqui no RS, por exemplo, onde existe muita produção de gado e temos cepas de carrapatos resistentes a todos acaricidas químicos disponíveis no mercado, o controle biológico não é somente uma boa e promissora alternativa, mas talvez a única”, salienta o professor.

Saiba mais sobre o PPGBiotec pelo site www.univates.br/ppgbiotec.

Texto: Tuane Eggers

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