O público aplaudiu de pé a estreia de "O Vale dos Infortúnios", peça do Grupo de Teatro da Univates que foi apresentada na última terça-feira, dia 29, no Teatro da Instituição. A história melodramática foi inspirada na obra “A Maldição do Vale Negro”, criada pelo escritor Caio Fernando Abreu e pelo diretor teatral Luiz Arthur Nunes.
A peça conta a história que se passa no castelo dos Benoit, onde a condessa Cristina esconde de sua sobrinha, Rosalinda, um grave segredo. Sem a presença dos pais e cercada pela vilania da governanta Ágatha e pelo oportunista Rafael D´Alençon, Rosalinda padece em um destino de crueldade e sofrimento – até que ela encontra novos personagens e sua história começa a mudar.
Com atuação de Tatiana Linhares, Taís Berté, Ederson Winck, Gabriela Quevedo, Sheila Ferrari, Marina Zagonel, Diego Abelleira, Paula Frozza e Mariana Dumcke, “O Vale dos Infortúnios” leva para o castelo dos Benoit uma mistura de amor, ódio, ternura e desprezo. Carregada de sentimento e paixão, a história revela a maldade humana e seu preconceito com os menos favorecidos, em que o abuso de poder nem sempre tem um final feliz.
Com direção de Pablo Capalonga, figurino do curso de Design de Moda da Univates – sob coordenação de Cláudia Foletto, Josiane da Costa, Fernanda Ost e Talissa Bonfante –, iluminação de Evandro Mallmann, trilha sonora de Maurício Hergemoller, produção do Núcleo de Cultura da Univates, adereçamento e maquiagem do próprio grupo, “O Vale dos Infortúnios” ganhou os detalhes de uma grande produção teatral e as risadas e os aplausos da plateia.
Após a apresentação, os atores receberam os cumprimentos de amigos e familiares e participaram de uma roda de conversa sobre o processo de adaptação do texto literário para o teatro e, também, sobre a produção do figurino pelas alunas do curso de Design de Moda da Univates. A professora do curso de Letras Rosiene Haetinger comentou que em setembro seria comemorado o aniversário de Caio Fernando Abreu. “Com certeza ele está enviando boas vibrações pela estreia ser no seu mês de aniversário”, disse ela. Rosiene questionou o diretor sobre o processo de adaptação em comparação à peça encenada no ano passado, que foi baseada em poemas de Mário Quintana. “Encenamos uma peça de mais de duas horas em uma hora e dez minutos. Como é uma peça fechada, finalizada, o processo de adaptação foi mais difícil do que a montagem do ano passado”, explicou Capalonga.
Rosiene comentou ainda as características do gênero melodramático, ao que a atriz Gabriela Quevedo comentou que a linha entre a expressão corporal ser melodramática ou exagerada é muito tênue. “Foi preciso muito ensaio para que cada movimento tivesse a medida certa e o exagero não tornasse a encenação beirando ao ridículo”, disse ela. Na sequência, as estudantes do curso de Design de Moda contaram como foi o processo criativo dos figurinos, realizado a partir de referências propostas pelo diretor e pela observação de alguns ensaios.
Texto e fotos: Nicole Morás