Com três anos de existência, o Observatório de Direitos Humanos da Univates já está colhendo bons frutos. O objetivo inicial da proposta era promover debates sobre o significado dos Direitos Humanos e, em seguida, propor ações nesse sentido. Durante esse período, foram realizados diversos eventos e viagens de estudos para debater o assunto. O curso de Direito, inclusive, foi reformulado e hoje possui um viés humanista em toda a sua grade curricular.
Ao lado da professora Luciana Turatti, uma das idealizadoras do Observatório e coordenadora do curso, professora Bianca Bertani, explica que a reformulação da graduação em Direito foi fruto de olhares que surgiram a partir das discussões do projeto. “Pensamos, hoje, o Observatório com diversas frentes: cidadania, imigração, mulher, violência e meio ambiente, além de uma parceria com o projeto de Ações Interdisciplinares de Cuidados em Saúde no Bairro Santo Antônio, com um responsável para cada área”, explica.
Desde o início do Observatório, já foram promovidas viagens ao Instituto Psiquiátrico Forense e a alguns presídios. Neste ano, o período de realização do Simpósio Internacional Diálogos na Contemporaneidade também será aproveitado para oferecer visitas técnicas ao Serviço de Assistência Jurídica (Sajur), presídios, delegacias, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
A estudante Fernanda Diehl, que se formará no curso de Direito no próximo semestre, percebe que, quando os alunos ingressam no curso, não têm o pensamento tão voltado aos Direitos Humanos. “No início, os professores faziam júris simulados com diversas funções e abordavam muito a pena de morte. Percebo como os alunos que eram favoráveis à pena de morte saem do curso com uma percepção diferente”, exemplifica a formanda.
Segundo ela, as visitas promovidas pelo curso também fazem com que uma realidade diferente seja percebida. “Por exemplo, quando vamos ao presídio, vemos como é um lugar que não respeita os Direitos Humanos. Quando vemos com os próprios olhos, percebemos o quanto os presidiários também deveriam ter direitos e, muitas vezes, não os têm”, salienta Fernanda.
Outro fruto do Observatório de Direitos Humanos, junto ao curso de Direito, é o curso de mediação de conflitos, oferecido pela Univates em parceria com o Poder Judiciário. De acordo com a professora Bianca, o plano agora é tentar fazer com que o projeto se torne mais atuante na comunidade. “Por isso, foram definidas essas diversas frentes. Vamos também continuar promovendo grupos de estudo sobre o tema, que têm recebido, inclusive, muitos diplomados do curso interessados em participar”, completa.
Texto: Tuane Eggers