A professora Giselda Hahn, do curso de Enfermagem da Univates, defendeu sua tese de doutorado, no mês de julho, no Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da Ufrgs. Seu trabalho, intitulado “Inclusão do Projeto Terapêutico Singular na agenda da Atenção Básica em contextos de vulnerabilidade e não adesão ao tratamento da tuberculose”, é resultado de uma pesquisa participante realizada com três equipes de profissionais que atuam em unidades de Saúde da Família, em dois municípios da região do Vale do Taquari.
De acordo com Giselda, a intervenção realizada foi a inclusão do Projeto Terapêutico Singular na agenda de trabalho dos profissionais, elaborado com doentes com tuberculose, cuja história clínica registra abandono do tratamento. “O Projeto Terapêutico Singular caracteriza-se por ser uma tecnologia de cuidado aplicada a indivíduos que apresentam situações clínicas de maior complexidade e, consequentemente, de maior dificuldade na implementação do cuidado”, explica.
Giselda explica que a tuberculose é uma das doenças mais antigas que atinge a humanidade, liderando os índices de mortalidade no mundo, pois se mantém em estado endêmico ao longo das gerações. Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo causador da doença. “Somado a outros 21 países em desenvolvimento, o Brasil detém 80% dos casos de tuberculose no mundo”, ressalta.
No RS, a taxa de incidência chega a 42,4 por 100 mil habitantes, mais de 15% dos doentes não concluem seu tratamento, levando à permanência da circulação do bacilo entre a população. A região estudada apresenta elevados coeficientes da doença e de taxas de abandono do tratamento. Assim, o objetivo do estudo foi analisar os limites e as possibilidades de inclusão do Projeto Terapêutico Singular na agenda de profissionais que atuam na Atenção Básica em contextos de vulnerabilidade e não adesão ao tratamento da tuberculose.
A professora Giselda explica que está satisfeita com a conquista, apesar de ainda estar cansada. “Voltar para os bancos escolares foi uma experiência muito boa, pois sempre gostei de estudar e tive boas oportunidades de ensino ao longo de minha trajetória profissional. Entendo ser necessário qualificar-se para o desempenho de qualquer atividade profissional e, na docência, acredito ser mais importante ainda. Agradeço a Univates e à minha família pelo apoio que recebi durante o doutorado”, completa.
Texto: Tuane Eggers
