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Conhecimento aplicado em causas humanitárias

Por Tuane Eggers

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Muitos estudantes de Relações Internacionais escolhem o curso com o sonho de tornar-se um diplomata, enquanto outros decidem aplicar o seu conhecimento e a sua formação em causas humanitárias. Este é o caso do diplomado Samuel Felipe Johann, que participou, entre os meses de março e junho, de uma operação da organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), na Guiné, na África.

Formado pela Univates em 2012, o diplomado participou de um processo de recrutamento para fazer parte da equipe de MSF que fica à disposição para ser enviada ao exterior. Seu destino foi a cidade de Conacri, capital da Guiné, um dos três países, ao lado de Libéria e Serra Leoa, mais afetados pelo surto de Ebola, que iniciou em março de 2014. Sua atuação foi precedida por um treinamento de duas semanas em Barcelona, na Espanha, e estendeu-se, após o retorno, por um período obrigatório de 21 dias para seguimento médico no Rio de Janeiro, onde fica o escritório da organização. Esse é o tempo máximo de incubação dos sintomas da doença.

Durante a operação, a organização coordena atividades de atendimento médico e de promoção de saúde. Para viabilizar essas atividades e garantir a segurança dos profissionais, existe grande esforço logístico e administrativo. "Meu papel se enquadrou, justamente, dentro desse suporte às operações. Trabalhei primeiramente como ponto focal dos movimentos dos profissionais estrangeiros, organizando entradas e saídas do país e deslocamentos da capital para projetos em outras áreas”, explica.

Já a segunda metade de sua estada foi dedicada à tarefa de gestor de recursos humanos em um centro de atendimento a pacientes com Ebola. Essa segunda função foi fascinante, pois interagi diariamente com as equipes guineenses e com as operações”, comenta Johann, acrescentando que o projeto o testou em diversas dimensões.

Trabalho humanitário

O diplomado conta que o primeiro desafio foi a barreira linguística, por se tratar de um país de idioma francês, o qual ele ainda não domina. Já na dimensão profissional, a grande carga de trabalho foi outra questão desafiadora, além de ser sua primeira experiência no âmbito humanitário. O âmbito psicológico também foi um teste para Johann, devido à imersão em um contexto de epidemia e aos rigorosos protocolos de movimentação e biossegurança que devem ser obedecidos.

“Concluí minha atuação como uma pessoa mais forte, capacitada e também mais crítica. Uma vez que você testemunha, em primeira mão, o impacto que a epidemia trouxe para a estrutura de um país, fica difícil aceitar a complacência com a qual muitos assistem o desenrolar do surto de Ebola”, ressalta Johann. De acordo com ele, não se trata apenas do número de mortos pela epidemia, que já ultrapassa 11 mil e continua aumentando, mas também de consequências indiretas e difíceis de mensurar.

Com o sistema de saúde paralisado, outras doenças deixam de ser tratadas, muitas mulheres morrem por falta de assistência no parto e a cobertura preventiva também foi afetada. O diplomado conta, por exemplo, que crianças não foram vacinadas e houve interrupção em tratamentos de HIV.

“Há uma distinção entre 'nós' e 'eles' que é muito prejudicial e que precisamos transcender como humanidade. Isso se aplica ao Ebola, mas também a coisas que acontecem na nossa comunidade, na porta de nossas casas. Por isso, acho que a maior importância dessa experiência, para mim, foi sentir na pele o que significa fazer parte de uma equipe multicultural montada e articulada exclusivamente para salvar vidas, independente da etnia, religião ou inclinação política do paciente”, salienta Johann.

Ação sem discriminação de raça, religião ou convicção política

De acordo com Johann, todas as vivências que desafiam a evolução são recomendadas. No entanto, é preciso ser realista: não há nada de glamoroso no trabalho humanitário e a organização Médicos Sem Fronteiras busca profissionais graduados, experientes e com habilidades muito específicas. Por isso, o diplomado recomenda que os interessados visitem o site da organização para conhecer os perfis e os pré-requisitos.

Johann continua à disposição para ser enviado ao local onde avaliarem que sua atuação seja mais necessária. A organização possui operações em mais de 60 países, atuando em conflitos armados, catástrofes naturais, epidemias e regiões onde há populações excluídas do acesso à saúde. “Desde lugares com crises humanitárias 'esquecidas', como a República Centro-Africana, até contextos que estão na mídia, como Afeganistão, Nepal e Ucrânia. Estou ansioso para saber qual será a minha próxima parada”, completa.

Saiba mais sobre a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras pelo site www.msf.org.br.

Texto: Tuane Eggers

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