O professor doutor Cristiano Bedin da Costa participou, entre os dias 23 e 26 de junho, do Colóquio Internacional Roland Barthes Plural, realizado na Casa das Rosas, em São Paulo. O evento contou com a presença de convidados de países como Estados Unidos, França, Bélgica e Inglaterra, incluindo pesquisadores, tradutores e amigos de Barthes – entre eles, a responsável pela organização da coleção Roland Barthes e amiga do pensador, Leyla Perrone-Moisés.
Além dos convidados, foram apresentados estudos de pesquisadores que estão trabalhando com o autor francês atualmente, seja em cursos de pós-graduação ou na prática docente, como é o caso de Costa. “Trabalhei com Barthes durante meu doutorado, que concluí em 2011, e de lá para cá, a obra barthesiana vem servindo como aliada para uma série de práticas que venho desenvolvendo, não apenas nas disciplinas, mas também em grupos de estudo e outras atividades vinculadas ao projeto de extensão Formação Pedagógica e Pensamento Nômade”, explica o professor.
O programa de rádio Intratável, transmitido durante o semestre 2014B na Rádio Univates 95.1, é um exemplo de atividade coordenada pelo docente que surgiu a partir da obra de Barthes, baseada no livro “Fragmentos de um discurso amoroso”. Já o trabalho apresentado por Costa no evento foi sobre o grupo de estudos “Arte, Pesquisa e Educação: A Câmara Clara”, realizado na Instituição entre os meses de maio e junho, baseado em estudos sobre o último livro de Barthes, no qual o universo fotográfico funciona como pano de fundo para discussões a respeito do sujeito, do tempo e da morte.
Conforme o professor, o evento propôs um grupo reduzido de participantes, facilitando assim a troca entre os pesquisadores. “Nesse sentido, foi um aprendizado muito grande poder discutir um pouco daquilo que temos realizado a partir da obra de Barthes por aqui, além de conhecer aquilo que vem sendo problematizado em outras instituições e em diferentes áreas de conhecimento”, ressalta Costa.
De acordo com ele, Barthes sempre se interessou pelas relações entre ensino, leitura e escrita, além de não conceber a aprendizagem sem prazer. “Para ele, o saber deve ter sabor, ou seja, não é neutro, frio e distante, mas sim, passível de ser experimentado, maquinado, devorado mesmo. São essas ideias que têm nos servido como guia para pensar outras estratégias de ensino, pesquisa e extensão a partir de um paradigma que poderíamos dizer estético”, completa.
Costa leciona, atualmente, nos cursos de graduação em Psicologia, Pedagogia e licenciaturas, além do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor), do mestrado em Ensino e do mestrado em Ensino de Ciências Exatas. O professor também coordena o ciclo de debates “Imposturas Literárias” e o grupo de estudos “Arte, Pesquisa e Educação”, vinculados ao projeto de extensão Formação Pedagógica e Pensamento Nômade, e o projeto “Poiéticas Permeáveis: Relações Transversais no Ensino Superior”.
Texto: Tuane Eggers