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Doação de órgãos: sensibilização por meio da música e da informação

Por Tuane Eggers

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A sensibilização para a doação de órgãos foi o tema que conduziu o evento realizado, na noite da última quarta-feira, dia 24, no Teatro da Univates. Por meio do projeto Cultura Doadora, iniciativa da Fundação Ecarta, o local recebeu a aula-show do grupo “Los 3 Plantados”. A atividade também envolveu palestra ministrada pelo médico pioneiro em transplante de pulmão na América Latina e referência na área de doação de órgãos e tecidos, José Camargo.

No início do evento, foi realizada breve apresentação do Coral Vocalize, que entoou canções como “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa, e “Como uma onda”, de Lulu Santos. Após, o coordenador do curso de Medicina da Univates, professor Luiz Fernando Kehl, aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da sensibilização não apenas para a doação de órgãos, mas também para a doação de corpos, essencial para o desenvolvimento da área da saúde.

A coordenadora do projeto Cultura Doadora, Glaci Salusse Borges, explicou a iniciativa e a forma com que a ideia tem sido levada para a comunidade, escolas e outras instituições. “Outras culturas foram criadas com muita informação. Aqui, estamos garimpando para construir uma cultura da doação”, ressaltou ela. Em seguida, teve início a palestra do médico José Camargo, conhecido como J.J. Camargo.

Sociedade sensibilizada para a doação

Conforme o médico, manter a sociedade sensibilizada é importante para a sociedade como um todo. Ao trazer alguns dados sobre transplantes realizados no país, Camargo comentou que cerca de 60% dos transplantes de pulmão feitos até hoje no Brasil foram realizados no Estado do Rio Grande do Sul. “Não adianta qualificar hospitais e pessoas para o transplante se a doação não existir”, destacou.

Para ele, entre as dificuldades que impedem os transplantes está a falta de comunicação médica para a família que perdeu alguém sobre a possibilidade de doação, além da ignorância e do misticismo em relação ao tema. “Outro ponto é que os países e regiões mais desenvolvidos doam mais. Os Estados brasileiros mais pobres têm menos doações”, explicou Camargo, que apontou a mídia como a principal influência negativa nesse sentido hoje, superando até mesmo o poder da Igreja.

O cirurgião comentou sobre a falta de informação dos médicos como outra dificuldade para a realização desse procedimento. “A falta de cultura médica é uma tragédia ainda. Muitos ainda pensam o transplante como uma terapia do desespero, mas não é”, ressaltou ele. Ao abordar mitos e realidades, ele citou o mito de que os transplantes são feitos somente por pessoas ricas, no entanto, 95% deles são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante a palestra, o médico falou sobre a morte encefálica, explicando por que ela ocorre e quais são seus sinais clínicos. “Acredito que só vamos ter uma cultura doadora eficiente quando levarmos esses conceitos para a escola, para que os estudantes entendam do que se trata a morte encefálica”, afirmou Camargo.

O cirurgião alertou para o fato de que a solicitação de doação de órgãos gera sentimentos conflituosos na família, pois quando alguém está revoltado com uma perda, os médicos pedem para que essa pessoa seja generosa. No entanto, ele constatou que se torna ainda mais simples aceitar a doação quando se falou sobre o tema antes. Assim, é importante que pessoas sadias, em um momento mais descontraído, esclareçam essa vontade para inserir a ideia na família. “Vocês verão, no show dos ‘Los 3 Plantados’, pessoas que foram transplantadas e que têm muito orgulho disso, que vivem a vida intensamente, pois já estiveram muito perto da morte e agora vivem com muito mais energia”, enalteceu.

Para ele, a doação ajuda a aplacar o sentimento de perda. “É uma forma de driblar a imbecilidade da morte”, sugeriu o médico, que deixou como última reflexão a frase: “Doar órgãos é sublimar a dor da própria perda para poupar famílias desconhecidas de passar pela mesma experiência”.

Música para transcender e emocionar

Figuras conhecidas do cenário musical gaúcho, Bebeto Alves, King Jim e Jimi Joe compõem o trio intitulado “Los 3 Plantados”. Além da arte e da música, possuem outro fator em comum: são transplantados. Bebeto e King Jim receberam fígados, enquanto Jimi Joe recebeu um rim. Durante seu show no Teatro da Univates, apresentaram canções feitas exclusivamente por eles para esse projeto, além de sucessos de suas carreiras individuais.

Entre as músicas, contaram suas experiências com os transplantes. Jimi Joe, por exemplo, fez questão de agradecer às pessoas que permitiram que eles recebessem os órgãos. “Quando a gente passa por um transplante, nossa mente fica meio doida, porque é aquela coisa de saber que temos agora um órgão que não é nosso, que é de alguém desconhecido. Mas ele segue vivo dentro de nós, e quando lembro disso, eu quase choro, fico emocionado”, ressaltou o músico. “A gente tenta passar para vocês o que sentimos por meio da música”, completou King Jim.

Texto: Tuane Eggers

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