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Palestra com Ivan Izquierdo lota Teatro da Univates

Por Nathália Lauxen

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Com o Teatro da Univates lotado de estudantes, professores e pessoas da comunidade em geral, o neurocientista pioneiro no estudo da neurobiologia, da memória e do aprendizado, doutor Ivan Izquierdo, palestrou sobre sua área de pesquisa, na última quinta-feira, dia 14. Transmitido para o auditório do Prédio 11 e pela TV Univates, o evento “O que é e para que serve a memória” foi promovido pelo Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) e mediado pelo coordenador do curso de Fotografia da Instituição, professor Leonel José de Oliveira.

Argentino naturalizado brasileiro, Izquierdo ingressou na faculdade de Medicina em 1955 e, casado com uma gaúcha, mudou-se para Porto Alegre. Cientista renomado e referência no campo da memória, viajou, por muitos anos, aos Estados Unidos e Europa em função de suas pesquisas. Atualmente, atua no Instituto do Cérebro na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, na área de concentração em Neurociências. “É possível ter pesquisas de ponta no Brasil, devido ao acesso às informações e tecnologias”, destacou.

A interação entre o público e Izquierdo ocorreu em forma de perguntas enviadas ao professor Oliveira, e o cientista esclareceu dúvidas e respondeu aos amplos questionamentos sobre o assunto abordado. Entre os temas indagados esteve a formação da memória, que, conforme o doutor, ocorre por meio de referências desencadeadas pelos sentidos – como olfato, audição e visão, por exemplo –, pelas experiências e emoções. “Quanto mais emoções, mais memória. E, para prendê-la, é necessário um alto grau de emoções. É um campo de estudo que não tem fim”, comentou.

De acordo com Izquierdo, existem as memórias de curta duração (menos de três horas), as de longa duração (horas, dias ou até anos) e as remotas, que podem permanecer por décadas. Dentro dessa divisão, ainda há as de curtíssima duração, que permanecem por segundos. Também existem memórias falsas, as quais se referem a um indivíduo e são atribuídas a outras pessoas. “A realidade é uma construção de cada um”, disse.

Izquierdo abordou ainda a necessidade de o cérebro manter certas “memórias de medo”. No entanto, sua evocação é inibida constantemente, para que não ocorra a síndrome de stress pós-traumático. Segundo o pesquisador, substâncias existentes em nosso cérebro produzem amnésia para esquecermos algumas experiências traumáticas – como a dor do parto, por exemplo.

Sobre o déjà vu, o cientista afirma que as pessoas podem presenciar cenas e estar em locais semelhantes a outros já vistos, uma vez que existem confusões na memória. Essas situações potencializam a criação de memórias falsas. “Não é pecado ter memórias falsas, é errado provocá-las em outros indivíduos”, complementou.

Em relação aos sonhos, o doutor citou a teoria de Freud, acrescentando que são memórias transfiguradas e processadas de forma diferente, tendo em vista que nos sonhos não se criam imagens, mas mistura-se o que está guardado na memória. Já a respeito da gestação, Izquierdo contou que o aumento de hormônios produz sensações diferentes na mulher e interfere na memória do feto e da mãe. O sotaque, por exemplo, é adquirido no ventre materno e não é esquecido, assim como uma memória de medo da mãe pode refletir no feto.

Ao longo da palestra, surgiram diversos questionamentos sobre o uso de medicamentos para estimular a memória e combater doenças que a prejudicam. O Alzheimer, por exemplo, é considerado uma doença misteriosa. “Desconhece-se a causa e, por isso, não há droga eficiente para combatê-la. É uma doença recente, com pouco mais de 100 anos, e ataca cerca de 30% das pessoas com 80 anos ou mais. Acredito que vá demorar para encontrar sua cura”, avaliou.

O uso da ritalina para estimular a memória também permeou a discussão. O doutor explicou que ela deve ser receitada somente em casos de hiperatividade e déficit de atenção comprovados, pois afetam positivamente a memória nesses casos. Quando consumida desnecessariamente, pode potencializar a memória de medo.

Estratégias para manutenção da memória foram igualmente discutidas. Segundo Izquierdo, elas consistem na leitura, na qualidade do sono, na prática de instrumentos musicais e, também, de exercícios físicos três vezes por semana. “Praticar exercícios aumenta a circulação geral, o sangue flui mais vezes por segundo no cérebro e há melhora da função cognitiva”, explicou.

Saiba mais sobre Ivan Izquierdo
O cientista tem mais de 500 artigos publicados e um número superior a 10 mil citações em pesquisas e trabalhos acadêmicos. Dirigiu o Centro de Memória do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Ivan Izquierdo é doutor Honoris causa pela Universidade Federal do Paraná e já recebeu mais de 30 prêmios.


Texto: Nathália Lauxen

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