O primeiro encontro da oficina “Memória e esquecimento: avanços e permanências a partir do relatório da Comissão Nacional da Verdade” ocorreu na última terça-feira, dia 14 de abril, ministrado pela professora Fabiane Baumann. Participaram de discussão acerca do período da Ditadura Militar no Brasil estudantes dos cursos de História, Direito e Jornalismo.
Após a apresentação dos integrantes e contextualização sobre o tema, a docente reproduziu mini documentários sobre três períodos da intervenção militar - A ditadura se instala (1964-1968), A ditadura aterroriza (1969-1975) e A ditadura não se sustenta (1976-1985) - a fim de promover melhor entendimento sobre o assunto.
Publicado em dezembro de 2014 e dividido em três volumes, o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) deveria, segundo Fabiane, estar disponibilizado em bibliotecas e escolas, além da forma online. “O relatório foi entregue, mas é preciso que a sociedade continue se mobilizando. Ainda há muito o que fazer”, aponta.
Para elaborar o material, a CNV dependeu de levantamentos e investigações sobre violações aos Direitos Humanos de comissões formadas em níveis estaduais, municipais e de organizações. Após, a CNV reuniu representantes destas comissões e de várias instituições para apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação. Conforme material apresentado por Fabiane, o coordenador da CNV, Pedro Dallari, estima que, até o momento, a comissão examinou cerca de 30 milhões de páginas de documentos e fez centenas de entrevistas.
Outra vertente da discussão do grupo foi a Lei da Anistia e a sugestão da CNV aos culpados: reconhecimento dos crimes seguido de pedido de perdão à sociedade.
O próximo encontro da oficina ocorre em 28 de abril, na sala 208 do Prédio 3, a partir das 16h30min. As vagas são limitadas e podem ser garantidas mediante inscrição a ser feita pelo site www.univates.br/inscricoes/eventos.
Saiba mais
Trinta anos após o fim do período militar, a CNV divulgou o relatório que denuncia responsáveis de todas as classes por torturas e mortes. Conforme apontado no documento, 434 pessoas estão entre as vítimas assassinadas e desaparecidas, porém, o número não é definitivo, tendo em vista a falta de cooperação das Forças Armadas para este levantamento.
Texto: Nathália Lauxen