A utilização cada vez mais frequente de centros de cálculo formados por dezenas e até milhares de computadores, mesmo pelos usuários mais modestos, foi o ponto de partida para um estudo realizado pelo diplomado em Engenharia da Computação Gustavo Rostirolla, com orientação do professor doutor Pedro Velho. Considerando as possibilidades para a redução do consumo de energia como um problema de pesquisa atual, Rostirolla e Velho produziram o artigo “GreenHPC: a Novel Framework to Measure Energy Consumption on HPC Applications”, em que é apontada uma ferramenta que permite monitorar e, eventualmente, reduzir o consumo de grandes computadores. O trabalho foi selecionado para a SustainIT 2015, uma conferência que ocorre, em abril, na Espanha.
De acordo com o professor Pedro Velho, o convite para uma demonstração ao vivo durante o evento foi uma surpresa, uma vez que o trabalho havia sido inscrito apenas para apresentação na forma de artigo. “Em função da temática do artigo e do relatório positivo dos revisores, fomos convidados a participar da Demo Session”, comemora. O artigo foi elaborado a partir de dados coletados na Univates durante a realização do trabalho de conclusão de curso (TCC) de Rostirolla.
“Conheci a pesquisa científica quando iniciei o meu TCC. O professor Pedro Velho me direcionou para a pesquisa sempre buscando lacunas ou pontos em que pudéssemos apresentar alguma contribuição científica. No caso apresentado no artigo, foi utilizada uma ferramenta de análise para medir o consumo com as características necessárias para HPC (computação de alto desempenho) de baixo custo e com alta taxa de amostragem, que chamamos de GreenHPC. Também fizemos uma análise do impacto do desligamento dos nós ociosos de um cluster, e um modelo para estimar o número de nós que representa melhor eficiência energética na execução de uma determinada aplicação”, explica o diplomado.
Velho finaliza explicando que essas características foram utilizadas para demonstrar que o consumo de energia pode ser drasticamente reduzido se alguns computadores são desligados. “Concluímos que, mesmo que haja alguma penalidade, ainda assim se ganha mais do que se perde ao utilizar essa opção”, destaca o professor.
Texto: Nicole Morás
