Com o objetivo de proporcionar espaço para discussão de temas inerentes às funções das agências experimentais de comunicação nas universidades gaúchas, a Univates promoveu, nesta quinta-feira, dia 8, o 5º Colóquio das Agências Experimentais de Comunicação do Rio Grande do Sul. O evento contou com a participação de coordenadores, estagiários, professores e funcionários ligados às agências das instituições Unisc, Unisinos, Feevale, UPF e PUCRS, além da Univates.
Na abertura da atividade, o coordenador do curso de Comunicação Social da Univates e um dos organizadores do evento, professor Flávio Meurer, deu boas-vindas a todos e lembrou o fato ocorrido na última quarta-feira, dia 7, na França. Ele se referiu ao ataque contra a revista francesa Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, como um atentado também contra a liberdade de expressão, salientando a importância de discutir o assunto no âmbito da comunicação.
Em seguida, a professora Daiani Clesnei da Rosa ministrou a palestra “Agência Experimental de Comunicação enquanto laboratório de aprendizagem”. Em sua fala, ela lembrou sobre a mudança que está ocorrendo na área do ensino. “O que estamos vivendo hoje é uma mudança que pode não ser percebida imediatamente, mas que está intrínseca a todas as formas de ensino e de aprendizagem”, explicou.
Ao trazer significados de ensino e conceitos de aprendizagem, Daiani ressaltou que uma agência, para ser experimental, deve ter um intenso processo de ação. Além disso, a professora falou sobre a necessidade de unir, cada vez mais, a teoria e a prática. “Temos que ter uma prática teorizada e uma teoria praticada. Que teoria é essa que estudamos e repassamos aos estudantes na academia, mas que quando é vivenciada na prática, eles percebem que não funciona bem assim?”, questionou ela.
Daiani também abordou mudanças na concepção de ensino e lembrou que a concepção pedagógica de estudante como receptor passivo já não existe mais. “Teremos uma mudança de papéis para o estudante e para o professor também. Tinha uma época que somente o professor dominava o conteúdo, mas agora não. Os conhecimentos estão a disposição de todos, e o professor passa a ser um mediador de conteúdos, desenvolvendo um senso crítico nos estudantes”, afirmou a professora.
Em sua palestra, Daiani também falou sobre pilares importantes para a mudança da concepção de aprendizagem. São eles: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a conviver e aprender a fazer. “Nossa existência no mundo está comprometida, e nossa convivência, mais ainda. Estamos um ser humano muito profissionalizado, mas muito pouco humano”, complementou.
No turno da tarde, foram realizadas oficinas de edição de vídeo, de fotografias em movimento e de silk screen. Além disso, também foram promovidos grupos de discussão sobre os desafios das novas diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo, de Publicidade e Propaganda e de Relações Públicas, e discussão sobre a produção experimental das agências e sobre o Colóquio das Agências Experimentais. Após, foi realizada apresentação de cases das agências e dos grupos de discussão.
Texto: Tuane Eggers