O papel da alimentação e do meio ambiente no envelhecimento e longevidade foi abordado em palestra sobre Ecologia Celular, realizada na noite desta segunda-feira, dia 8, na Univates. A atividade foi ministrada pelo doutor Carlos Braghini Jr. e foi promovida pelo curso de Nutrição.
No início do evento, a coordenadora do curso, professora Fernanda Scherer, agradeceu a presença de todos e lembrou que a palestra foi sugerida por uma diplomada do curso de Nutrição. Em seguida, o palestrante iniciou sua fala com uma breve apresentação. Braghini Jr. é médico, fisiologista e quiropraxista, autor do livro “Ecologia Celular”, que desmente diversos mitos sobre o que é bom para a saúde.
De acordo com ele, a expectativa de vida aumentou nas últimas décadas. No entanto, estatísticas como essa nem sempre trazem dados relevantes. “Para a estatística, não quer dizer se você está na horizontal ou na vertical”, alertou Braghini Jr., lembrando que longevidade não significa derrotar a morte, mas sim ter um envelhecimento com qualidade de vida.
Ao explanar sobre Ecologia Celular, o médico explicou que cada célula depende e influencia o seu entorno. “Nossa saúde não é determinada exclusivamente por nossos genes. Nossa saúde depende de muitas coisas. Entre elas, nossa alimentação e nosso estilo de vida. Você não pode responsabilizar seus genes por aquilo que você se tornou”, destacou o palestrante.
Segundo ele, somos acometidos pelo “dilema do onívoro” - a eterna dúvida se o que estamos comendo é mesmo correto e bom para o nosso corpo. “Aprendemos a confiar demais em nosso intelecto. E essa arrogância está nos prejudicando, pois as principais doenças e causas de morte estão ligadas à alimentação e ao estilo de vida”, ressaltou Braghini Jr.
Para ele, em algum momento da história, perdemos a conexão com o alimento e até mesmo com a vida. Ao explicar sobre a composição de nosso corpo, o palestrante lembrou que apenas uma em cada dez células é humana. “Isso transforma nosso corpo no mais complexo ecossistema do mundo”, afirmou Braghini Jr., acrescentando que “perder a conexão com o alimento é uma consequência natural de perder a conexão com o mundo ao nosso redor”.
O palestrante trouxe dados sobre pesticidas e aditivos alimentares que ingerimos a cada ano e falou sobre a necessidade de ampliarmos a percepção e o nível de consciência. “Por quê insistimos em calorias ou quantidade de nutrientes? Quando falamos de mudança de paradigma, temos que reaprender a viver”, salientou.
Texto: Tuane Eggers