Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Em busca da sensibilização pela arte

Por Tuane Eggers

Postado em


Compartilhe

Há aqueles que acreditam que o futuro da humanidade seja repleto de robôs e de novas dimensões da realidade. De outro lado, há quem acredite que este processo de evolução da relação homem e máquina deve ser repensado, com a recuperação da dimensão humana e o exercício da sensibilidade. É a partir desse pensamento que surge o projeto “Poiéticas Permeáveis: relações transversais no Ensino Superior”.

Com diversas oficinas, visitas técnicas e vivências realizadas durante o ano, o projeto busca discutir questões de sensibilização e exploração da arte em suas diferentes linguagens, além da sua utilização em sala de aula. A atividade integra o Programa de Qualificação Docente para o Ensino, vinculado ao Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Univates.

De acordo com um dos idealizadores, o professor Cristiano Bedin da Costa, a ideia surgiu a partir de outros projetos já existentes na Univates, como é o caso de projetos desenvolvidos pelos cursos de Pedagogia e de Letras. Ao seu lado, estão os professores Rosiene Haetinger e Bruno Teixeira. “Pensamos em realizar algumas atividades mais práticas, pois trabalhamos mais com a teoria nessas outras atividades dos projetos de extensão. A ideia é que os professores possam vivenciar ativamente estes assuntos e aplicarem em sala de aula”, explica Costa.

Para o professor, o projeto busca criar uma zona de intersecção entre diversas áreas do conhecimento. “Queremos pensar em como elas vão se relacionar. Pensar as fronteiras como espaços de contaminação e não de separação. A ideia é que as próprias oficinas sirvam como um espaço de reflexão para serem utilizadas em sala de aula, para problematizar as práticas”, salienta o docente.

Entre os temas abordados nas oficinas estão: fotografia, experimentações em dança, visita a museu de arte, curadoria, vivências com a natureza e oficina de criação literária. Para o próximo ano, também será realizada exposição de trabalhos artísticos produzidos nas diferentes disciplinas dos cursos de graduação.

Um dos professores que aderiu à ideia foi o coordenador do curso de Design, Rodrigo Brod, que também participou das reuniões que originaram a proposta do projeto. “A arte estimula a transformação nos processos de ensino-aprendizagem, porque fomenta uma visão mais aberta das coisas. Apesar de ter nascido no CCHS, onde estão cursos com uma proximidade maior da área de artes, acreditamos que as oficinas contribuem muito com outros cursos e áreas que hoje estão um pouco mais distantes da compreensão e experimentação artística”, destaca.

Brod participou das oficinas “Cai Cai Hai Kai: fotografia da poesia, ou vice-versa”, “Curadoria” e “Arte Funerária”. Durante as atividades, ele exercitou a escrita poética e a fotografia, visitou exposições e até mesmo um cemitério, na cidade de Porto Alegre. O professor conta que achou as oficinas muito interessantes e, mais especialmente, a oficina de hai kai fotográfico, onde teve a oportunidade de resgatar a escrita poética que, muitas vezes, no cotidiano, é deixada de lado. “Pra mim, essas oportunidades serão sempre uma forma de manter a criatividade fluindo”, afirma Brod. No entanto, ele lamenta a baixa adesão dos professores de outras áreas. “É natural que o pessoal do CCHS participe mais, mas acredito que a contribuição seria muito maior na introdução da arte em outras áreas do conhecimento”, argumenta.

Brod garante que irá aplicar alguns dos conhecimentos das oficinas em sala de aula. Ele acrescenta que, no Design, são trabalhadas metodologias e experiências que tangenciam a arte mas, ao mesmo tempo, é fácil se acomodar com a vivência em sala de aula. “Sair da caixa é um exercício constante. Nunca trabalhei com poesia em sala de aula, por exemplo. É uma abordagem que pode contribuir muito com a construção do pensamento criativo e projetual”, observa.

Ainda, na opinião de Rodrigo Brod, a arte é fundamental e necessária para a vida entretanto, estamos cada vez mais distantes dela. “E isso vai além da técnica, porque a arte pressupõe a interpretação livre e a experimentação. As exigências da indústria e do mercado não nos permitem errar. E por 'erro' aqui devemos considerar a experimentação. Falamos tanto em inovação e tecnologia, mas esquecemos da arte. A meu ver, não é possível construir um pensamento inovador que não seja, em algum viés, também um pensamento artístico”, completa.

Texto: Tuane Eggers

*esta matéria integra a 23ª edição do Jornal Univates, que pode ser conferido neste link.

Fique por dentro de tudo o que acontece na Univates. Escolha um dos canais para receber as novidades:

Compartilhe

voltar

Escolha uma formação

Escolha uma formação

Graduação presencial

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.

Graduação à distância - EAD

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.

Cursos Técnicos

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.

Mestrados e Doutorados

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.

Especializações/MBA

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.

Cursos de Idiomas e Educação Continuada

Cursos de graduação nas modalidades de educação presencial.