A Univates realizou, dias 19 e 20 de novembro, a Jornada Acadêmica do Curso de Biomedicina. A programação do primeiro dia contou com minicurso sobre técnicas de reprodução assistida de alta complexidade, workshop de cultura celular, sessão de pôsteres e apresentação dos temas livres. Na quinta-feira, dia 20, foram realizados os minicursos “Princípios e aplicações da citometria de fluxo” e “Bioensaios para monitoramento de genotoxidade”, sessão de pôsteres, apresentação de temas livres e premiação dos três melhores trabalhos nas categorias oral e pôster. No turno da noite, no auditório do Prédio 7, ocorreu a palestra “Bioética e Ética na Pesquisa: desafios atuais”, proferida pelo professor doutor José Roberto Goldim, chefe do Serviço de Bioética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
A abertura do evento foi realizada pelas professoras Gabriela Kniphoff da Silva e Adriane Pozzobon, organizadoras do evento, e pela diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Magali Grave, que ressaltou a importância de abordar um tema como a ética na pesquisa, relevante tanto para alunos, quanto para professores e pesquisadores.
“A ética na pesquisa deve perpassar a formação de todos nós”, afirmou Goldim logo no início de sua palestra. Em sua explanação, ele abordou três aspectos da ética na pesquisa: referencial teórico, aspectos regulatórios e aspectos de integridade. Conforme o professor, o referencial teórico seria como uma bússola que orienta a pesquisa. Com base nessa importância, ele apresentou diversas correntes de referencial teórico para se pensar a ética na pesquisa, entre elas a de virtudes, intenções, princípios, direitos, consequências e alteridade. “A noção de responsabilidade perpassa todas as correntes”, ressaltou. De acordo com Goldim, a alteridade é uma das escolas mais contemporâneas, e entende a pesquisa como um diálogo que se estabelece entre pesquisador e participante.
“Cada um de nós, independente da posição que ocupa na equipe de pesquisa, tem sua parcela de responsabilidade pelos conhecimentos gerados e disseminados”, observou o palestrante, citando a afirmação de Gunther Ropohl, “não devemos fazer tudo o que a técnica nos permite fazer”. Conforme Goldim, existem conhecimentos chamados de “perigosos”, para os quais não temos sabedoria de como lidar com eles. “É justamente daí que precisamos estudar e refletir”, afirmou.
Texto: Tamara Bischoff