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Univates amplia contatos com universidades africanas

Por Tamara Bischoff

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O reitor da Univates, Ney José Lazzari, esteve no Marrocos, na última semana, para oficializar a realização de convênio com a Universidade Mohammed V, localizada na cidade de Rabat. Na ocasião, discutiu-se a possibilidade de parcerias nas áreas de energia, produção de alimentos e Letras.

Conforme a gerente da Assessoria para Assuntos Interinstitucionais e Internacionais (AAII) da Univates, Viviane Bischoff, que acompanhou a visita, a universidade africana é a mais nova opção de destino de intercâmbio para estudantes e docentes da Instituição. “Eles possuem um Instituto de Letras no qual o ensino da Língua Portuguesa é muito significativo. Então vamos iniciar cooperando nessa área, mas todas as outras serão contempladas”, comenta.

Durante sua estada no país africano, Lazzari manteve contato, ainda, com professores da universidade pública de Ouarzazate, situada no sul do Marrocos. O objetivo da aproximação foi estreitar laços visando a parcerias futuras. “Eles possuem a maior usina de energia solar do mundo, um projeto desenvolvido em conjunto com instituições alemãs, francesas e espanholas, então há grande interesse pela área de energias alternativas”, ressalta. Outro destaque desta universidade é o Curso de Cinema, um dos únicos no mundo. Em função das características geográficas, o local serviu de cenário para diversos sucessos hollywoodianos, como A Múmia, Babel, Lawrence da Arábia e Gladiador, e conta com dois grandes estúdios cinematográficos. “A universidade forma pessoas para trabalhar nisso, e nos ofereceram possibilidade de intercâmbio também nesta área”, observa Ney Lazzari. O reitor conheceu, também, a Universidade de Quaraouiyine, na cidade de Fez, fundada no ano de 859 e considerada a primeira universidade do mundo.

Acompanhando a comitiva da Univates esteve a professora da área de Letras Grasiela Kieling Bublitz. Ela integrou a banca de avaliação da defesa da tese de doutorado do estudante marroquino Lahcen El Moutaqi, intitulada “Colocações: o estado de investigação no mundo lusófono”. A tese foi escrita em português e orientada pelo professor e linguista marroquino Okab Abdessalan. “Fui convidada, no início de 2014, para coorientar tal trabalho, cuja abordagem inicial consistia em um levantamento teórico bastante abrangente sobre o estudo das 'colocações', expressões linguísticas que combinam determinados vocábulos e representam uma dificuldade grande ao aprendiz de uma segunda língua quando ele tenta traduzi-las literalmente e não obtém o sentido que ela realmente representa”, explica Grasiela. Na época, conforme ela, Lahcen veio ao Brasil e permaneceu aqui por aproximadamente 20 dias. “Neste período, li a tese com ele e ajustamos alguns problemas de tradução. Durante as orientações, sugeri a ele que apresentasse na tese algo mais prático, uma espécie de manual linguístico que pudesse auxiliar os marroquinos iniciantes de português no uso correto das colocações em determinadas situações sociocomunicativas. Creio que o ponto original da tese recaiu sobre a criação deste manual e que este estudo pode servir de base para muitos outros que ainda virão”, completa a professora.

Grasiela também foi convidada a ministrar uma palestra para estudantes marroquinos. Ela conta que o Marrocos é um país de muitas línguas, em especial o árabe e o francês, mas também com falantes de português, espanhol e inglês. A Universidade Mohammed V, que tem aproximadamente 63 mil alunos e conta com diversos cursos, implantou há seis anos um departamento destinado ao estudo de línguas lusófonas. Vários acadêmicos estudam a Língua Portuguesa e têm muito interesse pelo Português Brasileiro. Por esse motivo, a professora foi convidada para apresentar a conferência “Fonética e variação dialeto-cultural do Português do Brasil”.

“Neste evento tive a oportunidade de conversar com os acadêmicos marroquinos iniciantes no português sobre os diferentes aspectos da nossa língua. Falamos sobre expressões típicas de determinados estados e dialetos brasileiros, sobre a pronúncia do 'S' em final de palavra, que se modifica de acordo com a região do Brasil, entre outras curiosidades fonéticas típicas da nossa língua. Percebi um interesse muito grande desses acadêmicos não só pelo português brasileiro como também por outros aspectos culturais do nosso país. Foi uma experiência enriquecedora. Espero que a parceria assinada entre a Univates e a Universidade Mohammed V fortaleça os laços entre o Brasil e o Marrocos e beneficie a troca de saberes e culturas entre os professores e acadêmicos das duas universidades”, conclui Grasiela.

 

Texto: Tamara Bischoff

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