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Feriado de 7 de setembro marca um dos fatos históricos mais importantes do país

Postado em 06/09/2013 13h23min

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Neste sábado, dia 7, feriado nacional, celebra-se a Independência do Brasil. Como explica o professor de História da Univates Luís Fernando da Silva Laroque, o 7 de setembro de 1822 é apenas o indicador oficial da separação política da colônia brasileira da metrópole portuguesa, e não propriamente a “independência” da primeira em relação à segunda. Estudos historiográficos mais recentes apontam, inclusive, que esta data não foi 7 setembro de 1822, mas 24 de janeiro de 1808. Nesta data a corte portuguesa transferiu-se para o Brasil – comitiva composta pelo príncipe regente D. João, rainha Dona Maria (a louca), o jovem D. Pedro I e boa parte da nobreza. O episódio é conhecido como a Interiorização da Metrópole ou início do Império nos Trópicos. Esse fato foi o que realmente significou o marco inicial de um processo de emancipação política do Brasil.

“Em meu entender, a utilização do termo 'independência' para o 7 de setembro de 1822 é bastante questionável, tanto do ponto de vista econômico quanto do político e social. Para o reconhecimento do brado do Ipiranga por D. Pedro I, o Brasil precisou pagar um montante de dois milhões de libras esterlinas (início da nossa dívida externa), além de precisar submeter-se à Constituição outorgada de 1824, a qual instituía um quarto poder (o Moderador), exercido por cerca de 67 anos, inicialmente por Pedro I e a seguir por D. Pedro II (respectivamente filho e neto do então governante português). Ressalta-se ainda o fato de o voto ser censitário, ou seja, eram necessários renda mínima de 100 mil réis anuais e, obviamente, ser do gênero masculino, já que mulheres, negros e indígenas (lembrando que estes últimos eram a maioria) sequer poderiam passar perto das urnas”, explica Laroque.

Conforme o professor, o 7 de setembro, anualmente relembrado e comemorado principalmente nas escolas e em desfiles cívicos militares, é importante para a continuidade da história e da memória do povo brasileiro, “mas não podemos nem devemos deixar de interpretá-lo e problematizá-lo considerando os estudos historiográficos mais recentes”. “Os desfiles, por exemplo, iniciaram durante o Estado Novo, mais precisamente no final da década de 1930. A partir daí isso passou a servir para preservação e afirmação da memória nacional”, finaliza.

A elaboração da bandeira do Brasil foi realizada por Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis e Décio Vilares

Ana Paula Vieira Labres

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