“Quem nunca abraçou uma árvore ou conversou com uma flor nunca foi digno das dádivas da natureza! Não sejam insensíveis! Aprendam a amar quem tanto lhes dá!”. O trecho do livro “O futuro da humanidade” chama atenção para a importância de nos conectarmos com a natureza. 

É pensando nisso, reafirmando o papel do cidadão na preservação da biodiversidade, que a Univates cultiva em seu câmpus vários redutos de curiosidades e descobertas da flora brasileira, tornando um simples passeio um momento singular de contato harmônico entre cultura e belezas naturais.

Para realizar um levantamento sobre as espécies da flora nas áreas de circulação do câmpus, foi realizada, no fim de 2012, a pesquisa “Rota Ambiental: uma caminhada pelas belezas naturais da Univates”, de autoria do bolsista de iniciação científica e mestrando em Ambiente e Desenvolvimento da Univates Jonas Bica e da bióloga Cátia Viviane Gonçalves. Além de identificar as espécies arbóreas e arborescentes nas áreas comuns do câmpus, a pesquisa também objetivou promover a interação e o contato dos estudantes e visitantes com o ambiente natural.

Durante o trabalho, foram identificados 476 espécimes, entre exóticos e nativos, divididos em 62 espécies e em 26 famílias. Cada uma recebeu uma placa informativa com a descrição da família, nome científico e nome popular. E entre a diversidade de espécies também estão as frutíferas, como goiabeira, pitangueira, chal-chal, jerivá, nespereira e limoeiro. “Cada espécie possui um atrativo diferente, seja pela flor, ou pelo fruto”, afirma Bica.

O biólogo ainda salienta o papel de todos os indivíduos na valorização do ambiente e ressalta que quando falamos em meio ambiente, é preciso entender que ele não se resume às árvores, é um ecossistema inteiro. Para ele, é importante compreender melhor a relação do homem com a natureza, e não valorizá-la apenas quando a estamos perdendo. “Podemos ocupar os nossos espaços, mas respeitar a natureza. A Univates possui uma política bem rígida quanto a isso. Antes do projeto de construção de um prédio, por exemplo, é feita uma análise sobre a natureza do local. Em muitos casos árvores foram removidas e transplantadas em outro lugar, e quando cortadas são compensadas com o plantio de novas espécimes, o que muitas vezes não é visto pelos alunos, mas fiscalizado fortemente pelos órgãos licenciadores. Para cada metro cúbico que a planta possui, são plantadas dez mudas de árvores nativas, como uma forma de compensar o dano da retirada”, explica o biólogo.

Entre as espécies encontradas com mais frequência no câmpus estão: Dypsis lutescens, Syagrus romanzoffiana, Inga marginata, Peltophorum dubium e Bauhinea sp.

Saiba mais:

As espécies Butia capitata, Ficus cestrifolia e Ficus luschnathiana são destaque por sua importância ecológica e por serem protegidas por leis estaduais, sendo identificadas com placa específica e mantidas em locais estratégicos quanto ao interesse ecológico e paisagístico.

Você sabia?

Espécies nativas levam de 15 a 20 anos para se desenvolver e espécies exóticas de 6 a 8 anos.

 

Texto: Ana Paula Vieira Labres