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Mobilidade urbana: o que isso tem a ver comigo?

Postado em 24/06/2013 15h49min

Por Ronaldo Ely Rempel

No final de 2012, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) divulgou novos dados referentes à frota de veículos automotores no estado. As informações relatam grande crescimento no número de carros, motos e caminhões, principalmente nas pequenas cidades. 

No Rio Grande do Sul existem hoje cerca de 5,34 milhões de veículos automotores, o que representa aumento de 58%, se comparado com o mesmo indicador de dez anos atrás. Em 2002 existiam 32 veículos para cada 100 habitantes no estado; hoje o número é de 50 para o mesmo índice. Tudo isso impulsionado pelo crescimento econômico que gerou aumento no poder aquisitivo da população. Resultado disso são constantes congestionamentos no trânsito e, principalmente, maior poluição da atmosfera.

O município de Lajeado, considerado polo econômico do Vale do Taquari, foi destaque nos dados informados recentemente, ocupando a terceira posição na lista de cidades com mais carros por habitantes: são 73,1 veículos para cada 100 munícipes. Além disso, Lajeado, assim como grandes cidades, não possui grande espaço para a ampliação de suas principais vias de trânsito. A população e a frota crescem, mas a estrutura física se torna cada vez mais precária, com ruas estreitas, vagas de estacionamento escassas e mobilidade urbana deficiente.

Outras cidades do Vale também apresentam significativo crescimento na frota de veículos (veja lista). O aumento na frota de pequenos municípios compromete a atmosfera até então preservada, se comparada com a de grandes cidades. A queima de combustíveis fósseis emite diversos gases como o CO2, extremamente prejudicial ao meio ambiente e à população, representando 55% do total de gases emitidos que agravam o efeito estufa.

Entre as possíveis soluções para reverter tais problemas está a conscientização da população por meio do uso de transportes públicos. Para se locomover até a Univates, por exemplo, há linhas de ônibus de diversos locais do município de Lajeado e região, além de lotações e vans. Espalhadas no câmpus estão diversas paradas de ônibus, nas quais cada empresa tem seu ponto definido de embarque e desembarque dos alunos, no intuito de minimizar o acúmulo de pessoas em apenas um local e deixar o trânsito fluir.

No site da Univates você encontra a lista das empresas de ônibus e vans cadastradas, seu município de origem, horário de partida e telefone para contato. Acesse www.univates.br/transporte e confira. Entretanto, boa parte dos alunos prefere utilizar carro próprio para fazer o trajeto de ida e volta até a Instituição, e a maioria vai sozinha.

Pensando nisso, a Univates criou, em 2009, o Projeto Carona, com o objetivo de reduzir impactos ambientais gerados pelo uso excessivo de combustíveis fósseis, e também para possibilitar melhor aproveitamento do espaço físico do câmpus, para todos, reduzindo a construção de novos estacionamentos, que beneficiam apenas uma parcela da comunidade acadêmica.

O sistema pode ser acessado pela internet e permite que as pessoas ofereçam e busquem carona com quem faz trajeto semelhante ao delas. O sistema é simples, e somente alunos matriculados em cursos de graduação, sequenciais, pós-graduação e técnicos, além de professores e funcionários da Univates, possuem acesso, propiciando maior segurança. Há ainda a possibilidade de filtrar ofertas de carona segundo suas necessidades e preferências, e o usuário pode optar por receber novas atualizações por e-mail. Mais informações você confere em www.univates.br/carona.

 

Ciclovia

Ainda em 2013, a Univates planeja implantar uma inovação no câmpus de Lajeado: uma ciclovia e a disponibilização de bicicletas para locação. Segundo o gerente do Setor de Engenharia e Manutenção, Robledo Müller, a Univates é como uma pequena cidade, possui problemas de mobilidade urbana e deslocamento interno. “São veículos transitando no mesmo espaço que pedestres, congestionamento e grande demanda por vagas de estacionamento. A universidade prioriza seu público pedestre e, para isso, desenvolve o projeto com previsão de entrega até o fim do ano”, anuncia.

Segundo ele, a primeira medida para solucionar esses problemas de mobilidade urbana é concentrar os estacionamentos de veículos nas extremidades do câmpus e, em seguida, afastar os veículos dos pedestres. “Cria-se então uma grande distância entre alguns prédios, e para isso surgiu a ideia da construção da ciclovia e a oferta de bicicletas para a comunidade acadêmica”, explica.

No momento, está sendo traçado o percurso da ciclovia e estudados os locais onde devem ser colocados pontos para estacionamento e aluguel de bicicletas. O projeto conta com a parceria de uma empresa de Curitiba, mas a ideia é implantar um sistema que seja totalmente controlado pela Univates, integrando cadastros já existentes dos alunos. “Planeja-se que a ciclovia passe por dentro do câmpus, exigindo a criação de uma nova rua, contorne a universidade, passando por trás do futuro Complexo Cultural.

O objetivo do projeto é difundir novas aprendizagens entre os alunos, criando uma consciência ecológica de sustentabilidade e mobilidade”, acrescenta o engenheiro.

 

Tirando o pé do acelerador... e colocando no pedal

Carlo César Guerini, 22 anos, aluno do 4º semestre de Arquitetura e Urbanismo, é um dos poucos adeptos da bicicleta como principal meio de transporte. Residente no Bairro São Cristóvão, cerca de um quilômetro e meio do câmpus da Univates, ele usa a bicicleta todos os dias para ir até a universidade e ao escritório onde trabalha, além de usá-la também para o lazer.

Os motivos que o levaram à mudança são óbvios. Começando pelo fato de Lajeado ter grande frota de veículos automotores, o que ocasiona constantes congestionamentos. Com a bicicleta, Guerini consegue fazer seus trajetos cotidianos mais rapidamente ou no mesmo tempo que levaria de carro. Outro motivo é o ganho em qualidade de vida, uma vez que o uso da bicicleta combate o sedentarismo, não emite nenhum tipo de poluição, gera pequeno custo de manutenção, além de trazer inúmeros benefícios para a saúde.

O acadêmico ainda salienta que nunca sofreu desrespeito por parte de motoristas no trânsito, contudo, sabe que em cidades maiores a situação é diferente e existe sim muito abuso dos veículos, que por vezes cortam a frente de ciclistas ou que não respeitam a distância de afastamento do ciclista no momento da ultrapassagem.

Sobre o projeto da criação de uma ciclovia na Univates, ele acredita ser uma excelente ideia, um grande avanço para a Instituição levar esta ideia sustentável para a mobilidade urbana no câmpus. “Espero a conscientização dos alunos e da comunidade, para que a bicicleta deixe de ser vista apenas como um brinquedo ou instrumento de lazer”, completa.

 

Municípios do Vale do Taquari que aparecem no ranking estadual de maior número de veículos por habitantes (número de veículos automotores para cada 100 habitantes).

 

-Lajeado, em 3º, com 73,1

-Estrela, em 11º, com 69,6

-Encantado, em 13º, com 69,2

-Colinas, em 16º, com 67,9

-Arroio do Meio, em 20º, com 67,4

 

*Dados do Detran/RS

 

Texto: Ronaldo Ely Rempel

O estudante Carlo César Guerini utiliza a bicicleta como principal meio de transporte

Tuane Eggers

Entre os planos da Univates, está a implantação de uma ciclovia que liga todos os prédios, além da disponibilização de bicicletas para locação

Tuane Eggers

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