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Pesquisas de Biotecnologia analisam temas importantes para a produção primária de alimentos

Postado em 17/06/2013 15h21min

Por Tuane Eggers

Com cerca de um ano de existência, o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates já conta com dez projetos de pesquisa em andamento. Divididas em duas áreas de concentração, Biotecnologia Agroalimentar e Biotecnologia em Saúde, as pesquisas abordam temas de importância para a população em geral e visam ao desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços tecnológicos. 

Uma das pesquisas, por exemplo, estuda características de um dos cereais mais cultivados e consumidos no mundo: o arroz. O projeto “Caracterização fisiológica e molecular de genótipos de arroz (Oryza sativa L.) tolerantes e sensíveis ao frio nas fases iniciais do desenvolvimento”, vinculado à área da Biotecnologia na Produção Primária de Alimentos, é coordenado pelo professor Raul Sperotto.

Conforme ele, aproximadamente metade da população mundial tem no arroz a principal fonte de ingestão de carboidratos. O Brasil é o nono maior produtor do cereal, sendo que o RS produz mais de 60% do arroz brasileiro. Porém, uma das principais causas de perdas na produtividade do cereal plantado no RS é a exposição a noites frias (abaixo de 15 graus) no período inicial do desenvolvimento.

De acordo com Sperotto, o problema é que o cereal da subspécie indica (que representa quase todo o arroz produzido no RS) é extremamente sensível ao frio, fazendo com que a planta diminua sua produtividade. “O objetivo da minha pesquisa é identificar, por métodos de fisiologia vegetal e biologia molecular, quais as respostas das plantas de arroz ao frio. Para isso, contamos com diversas cultivares de arroz sensíveis e tolerantes ao frio”, conta.

Sperotto afirma que estão sendo identificados genes mais expressos nas cultivares tolerantes, além de mecanismos moleculares que fazem uma planta de arroz ser tolerante ao frio. “A identificação desses genes, proteínas e mecanismos moleculares podem ser muito úteis pensando-se num futuro programa de melhoramento genético da cultura do arroz, seja de forma tradicional ou por manipulação genética”, completa.

A pesquisa iniciou em março deste ano na Univates e conta com a participação de três mestrandos do PPGBiotec e três bolsistas de iniciação científica. Além disso, o projeto conta com a colaboração da professora Janette Palma Fett, do Departamento de Botânica da UFRGS.

Outro projeto de pesquisa vinculado ao PPGBiotec é “Bioecologia e controle de ácaros em agroecossistemas e ambiente natural no estado do Rio Grande do Sul”, coordenado pelo professor Noeli Juarez Ferla. O principal objetivo é analisar o controle biológico de ácaros por meio de métodos simples, com o mínimo de impacto ambiental.

Atualmente, o projeto conta com três pesquisas vinculadas ao PPGBiotec. Uma delas trabalha com o controle de ácaros na cultura da videira, por meio de fungos produzidos em laboratório. Estes fungos possuem o papel de “causar doenças” nos ácaros para resultar no controle biológico nesta cultura.

A segunda pesquisa, que está em sua fase inicial, é sobre avaliação de ácaros presentes na fabricação de ração animal. “Quando a ração causa alguma manifestação de mal-estar em seus animais, as pessoas associam isso a problemas na própria ração, mas muitas vezes, o problema está na alta população de ácaros na ração”, explica o professor. Sendo assim, o grupo estuda quais são as fontes contaminantes, onde os ácaros ficam alojados e possibilidades de controle biológico.

A terceira pesquisa, que também está iniciando agora, é sobre o controle de ectoparasitas (aqueles que vivem no exterior do corpo do hospedeiro) nas aves. Conforme Ferla, estes parasitas costumam sugar o sangue e a hemolinfa dos animais. “Da mesma forma, identificaremos as características dos organismos presentes e um possível controle biológico deles”, explica. O projeto conta com a participação de sete mestrandos, cinco doutorandos e sete estudantes de graduação.

O terceiro projeto de pesquisa vinculado ao PPGBiotec é intitulado “Biotecnologia no sêmen suíno: abordagem proteômica e estudo dos efeitos de extratos naturais na qualidade seminal”, que busca o desenvolvimento de biotecnologias na identificação de suínos reprodutores com maior fertilidade e com sêmen com mais resistência à criopreservação.

A pesquisa coordenada pelo professor Ivan Bustamante Filho é feita a partir da identificação de marcadores moleculares que possam estar associados a esta qualidade. “Estes marcadores são buscados no espermatozóide e no plasma seminal, a fração líquida do sêmen. Em diversas espécies, este tipo de abordagem vem sendo aplicado, porém em suíno ainda é pouco explorado”, explica.

Conforme o professor, problemas com a parte reprodutiva no macho ainda representam gargalos significativos na suinocultura. O projeto conta com o envolvimento de um mestrando e quatro estudantes de graduação. Outra pesquisa vinculada ao Mestrado em Biotecnologia é a de “Propagação de espécies vegetais nativas regionais de importância econômica e ambiental”, coordenada pela professora Elisete Freitas.

Esses e outros estudos mostram a importância dos conhecimentos gerados em sala de aula, já que abordam assuntos das mais diversas áreas que podem ser aplicados para melhorar a qualidade de vida da sociedade. Mais informações sobre o Mestrado em Biotecnologia podem ser obtidas pelo site www.univates.br/ppgbiotec.

 

Texto: Tuane Eggers

Pesquisas abordam temas cotidianos por meio da biotecnologia

Tuane Eggers

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