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Professora palestra sobre sua experiência em Timor-Leste

Por Tuane Eggers

Postado em 10/04/2013 14:15:21


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Na última segunda-feira, dia 8, a área de Humanidades da Univates promoveu a aula inaugural do semestre. A atividade contou com a palestra “Timor-Leste: formação de uma nação no pós-colonialismo do século XXI”, ministrada pela professora Shirlei Inês Mendes da Silva, do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas da Instituição. Ela falou sobre sua experiência no país, durante o ano de 2012, quando lecionou disciplinas de Ciência Política e Sociologia na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). 

No início da palestra, o coordenador da atividade, professor Rogério Schuck, mostrou ao público, no Google Earth, a distância do Brasil até Timor-Leste, país localizado no outro lado do planeta. Ele também falou da importância de promover a atividade ministrada pela professora Shirlei, que teve essa experiência em um dos países mais desfavorecidos do mundo.

Em seguida, foi exibido o documentário “Timor Lorosae: o massacre que o mundo não viu”, dirigido por Lucélia Santos. O filme mostra a história recente do Timor-Leste, ex-colônia portuguesa na Ásia. Após se livrar do domínio português, em 1975, o país foi invadido pela vizinha Indonésia, que durante os 25 anos seguintes promoveu o massacre de cerca de um terço da população local. O documentário retrata a nova realidade do país, que recebeu sua autonomia em 1999, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em sua fala, a professora Shirlei contou que pouco sabia da história de Timor-Leste antes de chegar ao país. Ela disse que havia assistido ao documentário e soube da barbárie que ocorreu durante a ocupação indonésia. “Na verdade, esta tragédia ficou desconhecida no Ocidente, pois a própria ONU levou anos para reconhecer o conflito. Quando fui selecionada para lecionar na UNTL, fui estudar a história de Timor, e descobri muitas outras histórias”, afirmou.

Um dos aspectos que Shirlei abordou na palestra foi a questão do idioma, que são dois oficiais em Timor: o português e o tétum, o dialeto nacional. Porém, a maioria dos timorenses não fala português, pois o idioma foi proibido durante os 24 anos da ocupação indonésia. “Assim, o povo fala a língua indonésia, um pouco de inglês, devido à presença da ONU desde 1999, tétum e um pouco de português”, destacou.

A professora também falou sobre o povo de Timor, descendente dos antigos povos papuas e austronésios, que circularam pela região desde o período paleolítico. “São tipos físicos diversos que têm na família o núcleo central de sua sociedade. Há um sistema de alianças formado pelo 'barlaque' ou casamento tradicional, quando há uma troca de bens que funciona como forma de nivelamento social. Timor ainda permanece como uma sociedade tribal, com o poder centrado nos 'katuas' (velhos) de cada aldeia”, comentou. Segundo Shirlei, as festas e comemorações são frequentes, e a música e a dança integram rituais nupciais e fúnebres.

Conforme a professora, hoje o catolicismo impera em Timor. Trazido pelos portugueses, foi também a “religião da resistência”. Porém, o animismo/panteísmo ainda é muito presente, pois os timorenses acreditam no “lulik” (sagrado) e no suposto poder das almas como reflexo do poder divino. “Há oferendas e sacrifícios em honra dos antepassados e a 'uma lulik' (casa sagrada) é construída no centro da aldeia, onde se guardam os objetos sagrados. O poder das almas é quase divino, e por isso deve ser cultuado”, observou.

 

Saiba mais sobre o Timor-Leste

Timor-Leste configura-se como metade de uma ilha transcontinental entre a Oceania e a Austrália. Faz divisa com a metade ocidental da ilha que compõe o arquipélago da Indonésia. Antiga colônia portuguesa, Timor foi palco de uma guerra civil que matou cerca de um terço da população local. De 1974 até 1999 a Indonésia, país vizinho, sob a ditadura do General Suharto, ocupou e anexou o país como sua 27ª potência. A resistência do povo timorense, organizada por meio do partido da Frente Timorense de Libertação Nacional, foi um exemplo para o mundo. As grandes potências viraram as costas para o caso e, somente em 1999, as Nações Unidas organizaram o referendo popular que votou pela autonomia de Timor-Leste.

A partir de 2000, iniciou-se o governo de transição coordenado pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Em 2002, Timor-Leste tornou-se a primeira nação democrática criada no século XXI, sob a liderança carismática de Xanana Gusmão, líder da resistência. Mas a reconstrução do país, destruído por uma violenta guerra que durou 24 anos, ainda é um processo em aberto.

Timor-Leste possui uma população de cerca de um milhão de pessoas, das quais 200 mil residem na capital, Díli. Foi aí que, no ano de 2012, iniciou-se a viagem de Shirlei a este pedaço do Oriente, entre o sudeste asiático e a Oceania.

 

Texto: Tuane Eggers

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