O Museu de Ciências da Universidade do Vale do Taquari - Univates iniciou, recentemente, a digitalização do acervo do Herbário do Vale do Taquari (HVAT), uma de suas coleções científicas. O acervo do HVAT começou a ser reunido na década de 1990 e, atualmente, conta com mais de 5 mil espécimes registrados.
A digitalização das exsicatas, como são conhecidos os exemplares das plantas desidratadas, é importante pois permite que a comunidade científica, tanto nacional quanto internacional, possa ter o registro visual das plantas que compõem o acervo do HVAT ao acessar as bases de dados. O trabalho é a segunda etapa da disponibilização online das informações da coleção botânica da Univates, que abrange especialmente o Vale do Taquari e áreas do entorno e que já está indexada em bancos de dados de referência para pesquisadores do mundo todo.
Importância
A curadora da coleção do HVAT, professora doutora Elisete Maria de Freitas, explica que a digitalização do acervo facilita a realização de estudos taxonômicos e filogenéticos das espécies e famílias botânicas que ocorrem no Brasil. Estaremos disponibilizando imagens de todas as plantas e espécies que compõem o acervo do HVAT no SpeciesLink, acompanhadas de informações sobre o local de coleta, características do ambiente onde cada uma foi coletada. E o mais importante, qualquer pessoa poderá acessar, enfatiza ela.
A digitalização de todo o material e a posterior disponibilização online é uma forma de facilitar o acesso aos dados das espécies botânicas que temos no HVAT e subsidiar diferentes estudos botânicos.
O trabalho representa um aporte ao trabalho acadêmico, pois permite que as espécies sejam conferidas por especialistas sem haver a necessidade de enviá-las pelo correio como tem sido realizado há muitos anos. Além disso, ao disponibilizar imagens, o manuseio do material de cada coleta será realizado somente em casos específicos, colaborando para a sua preservação. Profissionais que atuam em consultoria ambiental também poderão acessar as imagens para conferir a identificação das espécies que encontram em seus levantamentos de cobertura vegetal. Além de dar maior visibilidade ao nosso acervo, podemos afirmar que estaremos contribuindo para ampliar o conhecimento da biodiversidade brasileira, comemora a professora Elisete.
Acesso ao conhecimento botânico
Desde 2016, o HVAT integra o principal banco de dados botânicos, Index Herbariorum (IH), um sistema de indexação internacional de herbários que é gerenciado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque (New York Botanical Garden - NYBG). Além do Index Herbariorum, o HVAT integra a Rede Brasileira de Herbários, a Rede de Herbários do Rio Grande do Sul e participa do projeto INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Brasil. Com isso, o espaço tem o reconhecimento da comunidade científica nacional e internacional e apoia o trabalho de pesquisadores da área da Botânica.
As informações já disponibilizadas pelo HVAT podem ser acessadas no SpeciesLink, mantido pelo INCT por meio deste endereço virtual http://inct.splink.org.br. As imagens também serão enviadas para publicação no herbário virtual Reflora, administrado pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O processo de digitalização do acervo consiste na geração de fotografias de todos os exemplares da coleção. Para que a imagem seja feita, o material é isolado em uma caixa bem iluminada para favorecer o registro dos detalhes de cada item coletado.
Saiba mais
O material do Herbário é proveniente do trabalho realizado por investigadores em projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição; de coletas realizadas durante a realização de trabalhos de conclusão de alunos de graduação e de pós-graduação; e, ainda, de coletas realizadas esporadicamente por alunos, comunidade e pesquisadores. Saiba mais sobre o herbário regional clicando aqui.
Dentre os registros predominam os de espécies pertencentes ao Bioma Mata Atlântica e à Floresta Estacional Decidual, respectivamente, bioma e formação vegetal em que a região de localização do Herbário está inserida. No entanto, também é significativo o número de coletas de espécies dos campos do Rio Grande do Sul, especialmente do Bioma Pampa.