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Estudo busca inclusão de Libras na Educação Infantil

Por Artur Dullius

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Quando passamos em frente a uma escola de Educação Infantil, é comum encontrarmos crianças realizando atividades de recreação e integração no pátio. Com dois, três, quatro anos elas passam por uma série de novas descobertas. Iniciam o processo de aprendizagem das cores, dos animais, das frutas e... por que não de Libras? É isso que busca a acadêmica do curso de Letras da Univates Marluce Werle.
 
Professora da Educação Infantil há mais de dois anos, Marluce viu no ensino da Língua Brasileira de Sinais uma possibilidade de estimular a inclusão social. “Muitas creches têm aulas de inglês e espanhol no currículo. Por que não incluir Libras?”, indaga ela. O estudo é tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante, que busca compreender as reações das crianças diante dessa nova possibilidade de aprendizagem.
 
Conforme a orientadora do projeto, professora Grasiela Bublitz, são poucos os estudos já desenvolvidos nessa área. “Esse é um trabalho diferente e desafiador, pois ao mesmo tempo em que estamos ensinando uma língua também exercemos a cidadania. A inclusão se dá a partir do momento em que a comunidade consegue acolher as diferenças”, explica a orientadora.
 
O projeto teve início no mês de julho e está sendo aplicado a 20 estudantes de dois e três anos da Escola Municipal de Educação Infantil São João, de Estrela. Ao todo, serão três meses de atividades diárias. “Eu não paro a aula para fazer essa atividade, vou inserindo-a em meio aos projetos escolares desenvolvidos e a aprendizagem acontece de forma mais natural para eles. Comecei com a hora do conto e quando cito alguma cor, animal ou objeto já aproveito para ensinar também em Libras”, esclarece Marluce.
 
Mesmo que as intervenções ainda sejam recentes, a estudante já aponta os resultados positivos do processo. Segundo ela, as reações das crianças estão saindo do ambiente escolar e acabam sendo levadas para além da escola. “As crianças acabam manifestando durante as atividades diárias o aprendizado da língua, até mesmo em casa, o que possibilita um aprendizado para a família também”, garante.
 
A acadêmica lembra ainda que não é fluente em Libras e iniciou o contato com a língua quando ingressou no curso de Letras da Univates. No entanto, salienta a importância do ensino ainda nas fases iniciais da educação. “Acredito que essa inclusão seja importante pois existe uma demanda cada vez maior. A infância é a fase das descobertas, quanto mais novidades são propostas a eles, melhor eles reagem. Então, é um momento no qual as crianças têm facilidade maior de aprendizagem”, conclui.
 
Texto: Artur Dullius

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