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Diário de bordo Laísa dos Santos

Laísa dos Santos

Arquitetura e Urbanismo - Espanha 2019A
Intercambista da Univates na Espanha
Todos os clichês ditos sobre a experiência que é viver um intercâmbio não chegam nem perto de expressar tudo que esses poucos meses significam na vida de um estudante. Digo isso como a acadêmica que sempre se esforçou para tirar boas notas, que cursava o máximo de disciplinas que conseguia, correndo contra o tempo para alcançar o tão sonhado diploma, ao mesmo que alimentava uma inquietação quanto ao intercâmbio, que nunca pensei que um dia se tornaria uma realidade. Então, chegou o momento em que eu me inscrevi, e quando menos esperava recebi o e-mail que, naquele instante mal sabia eu, mudaria a minha vida.
 
O intercâmbio vai muito além dos conhecimentos adquiridos em um semestre no exterior e ultrapassa os desafios de aprender outro idioma. Trata-se de ir, de “voar”, de se lançar em uma realidade desconhecida, descobrir uma nova cultura, conviver com pessoas diferentes, sair da zona de conforto, deixar os amigos e a família para trás. É superar medos e inseguranças, é aprender a resolver os problemas que vez ou outra aparecem e suportar as incertezas cotidianas. O intercâmbio não são somente os conhecimentos que a faculdade vai te ensinar, mas sim o autoconhecimento que todas experiências geram. Até o momento, eu penso que aprendi muito mais sobre mim mesma nesses últimos quatro meses do que na minha vida inteira.
 
E eu, além da mudança de país, de rotina, de idioma, ainda optei pela mudança de curso. Como estudante de Arquitetura e Urbanismo na Univates, escolhi cursar um semestre de Belas Artes na Universidade de Vigo, na Espanha. A opção por trocar também de curso é outro aspecto que gerou um grande aprendizado, porque o desafio tornou-se muito maior, uma vez que estou tendo aulas sobre assuntos que até então eu não tinha algum conhecimento prévio. Isso se aplica aos trabalhos, onde o desafio é desenvolvê-los ao mesmo tempo que aprendo novas e diferenciadas técnicas artísticas. Quanto a isso, digo que por mais que eu não estou cursando a minha área de atuação, é de grande valia aprender coisas diferentes, ampliar meus horizontes e instigar um novo olhar sobre outra profissão. Em todas as situações me pego pensando em como posso aplicar os conhecimentos que adquiro em Belas Artes na minha carreira (e vice-versa), e nesse sentido, constatar a valorização que a arquitetura tem diante dos artistas ao mesmo que reconhecer o papel da arte como importante meio de geração de conhecimento. 
 
A Universidade de Vigo possui campus em três cidades diferentes da Galicia (Pontevedra, Ourense e Vigo), região costeira noroeste da Espanha, fronteira com Portugal. A Faculdade de Belas Artes tem sua sede em Pontevedra, cidade com pouco mais 80 mil habitantes, que possui uma ampla diversidade cultural e paisagens naturais incríveis.  Eu, simplesmente, fiquei encantadíssima com tudo aqui. Pontevedra gira em torno de seus espaços abertos, sejam as ruas de seu centro histórico, praças, parques e as margens do Río Lérez, que corta a cidade. O amplo contato com a natureza propicia que seus habitantes desfrutem dos dias de sol, bem como promove a prática de diferentes modalidades esportivas (caminhadas, corridas, ciclismo, esportes aquáticos, etc.). Um característica marcante de Pontevedra são suas seis pontes que interligam ambos lados do rio.
 
De um modo geral, o que mais me chamou a atenção é de como as pessoas são muito educadas, respeitosas e amáveis e como a cidade possuí muita vitalidade, uma vez que sempre há gente nas ruas, nos bares e cafés com suas famílias e amigos, conversando, passeando ou simplesmente apreciando o dia. O clima este ano têm corroborado com o hábito das pessoas de estarem ao ar livre, como não houve um inverno rigoroso e a primavera têm se mostrado enrolada, clima completamente inverso ao que eu esperava, porque a região é conhecida por ser muito propensa a chuvas diárias.
 
A cidade também é muito voltada para o tráfego de pessoas, por isso muitas ruas não permitem a passagem de carros. Em se tratando do trânsito, é curioso perceber como os motoristas são conscientes e priorizam sempre os pedestres. Se eu me encontro a 3 metros da faixa e demonstro a intensão de cruzar, os carros sempre param para dar passagem. Outro aspecto da cidade é sua ampla programação cultural, a qual todos os dias ocorrem eventos (concertos, musicais, teatros, filmes, oficinas, conversas, visitas, entre outras) voltados aos mais diversos públicos, havendo uma variedade muito grande e acessível a todos (pagos/gratuitos, abertos ou para determinado público, etc). 
 
Ademais, outra particularidade cultural que me chamou bastante a atenção, é a quantidade de cachorros, suponho que cada família aqui tenha pelo menos um. Os cães são bem cuidados e amados por seus donos, sempre há pessoas levando suas mascotes para passear e inclusive, muitos comércios permitem a entrada dos bichinhos nos estabelecimentos. Ou ainda, se não é permitida a entrada, há em frente um local indicando que ali se pode prender a guia do animal para que ele aguarde seu dono. E novamente, retorno ao aspecto das pessoas serem muito educadas e respeitosas, pois dificilmente ocorrem roubos ou crimes do gênero. Sinto-me muito segura vivendo aqui.
 
Por fim, engana-se quem pensa que o intercâmbio começa no dia em que se entra no avião. A “aventura” inicia momento em que você recebe a confirmação de que irá estudar no exterior. O crescimento começa ao assumir a responsabilidade de pensar em todos os detalhes, desde o plano de estudos, as disciplinas, os documentos necessários, passagens, alojamento, aprender um novo idioma, viver longe da família e dos amigos, etc. Mas tudo faz parte do processo e cada passo é maravilhoso. O dia em que cheguei quase não pude acreditar que estava realizando esse sonho. E nesse momento, percebi o quanto o mundo é grande e o quanto somos pequenos, e senti gratidão por estar tendo a oportunidade de vivenciar tanto.
 

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